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Alemanha promete que vai reagir a invasões de drones

Foto: Reprodução/Getty Images

Drones de origem desconhecida foram avistados na noite de sexta-feira (26) sobre a maior base militar da Dinamarca, localizada no norte do país, segundo informou a polícia neste sábado (27).

O episódio, ocorrido na base aérea de Karup, é o mais recente de uma série de sobrevoos de aeronaves não identificadas sobre instalações estratégicas na Dinamarca e em outros países da Europa nas últimas semanas, gerando suspeitas de um possível ataque coordenado.

O policial Simon Skelsjaer detalhou que os drones foram vistos por volta das 20h15 (15h15 em Brasília) e permaneceram no espaço aéreo da base por várias horas. “Um ou dois drones foram avistados do lado de fora e também sobre a base”, afirmou à agência AFP. Skelsjaer acrescentou que os dispositivos não foram derrubados e que a investigação ocorre em conjunto com o Exército dinamarquês.

A base de Karup, que agora compartilha sua pista com o aeroporto de Midtjylland, chegou a interromper temporariamente as operações aéreas por segurança. Até o momento, não há informações sobre a origem ou a finalidade dos drones.

O caso ocorre dias depois de a Dinamarca anunciar a compra de armas de precisão de longo alcance, justificando a decisão com o aumento da ameaça representada pela Rússia “nos próximos anos”. O governo russo nega qualquer envolvimento.

Crescente preocupação na Europa
Neste sábado (27), o ministro da Defesa da Alemanha, Alexander Dobrindt, declarou que a ameaça de drones sobrevoando pontos estratégicos na Europa alcançou um nível elevado. Ele afirmou que o Exército alemão — um dos mais poderosos da União Europeia — tomará medidas para reforçar a segurança.

Somente em setembro, foram registrados incidentes semelhantes na Polônia e na Romênia. O ministro da Justiça dinamarquês, Peter Hummelgaard, disse que o país está adquirindo novas tecnologias para detectar e neutralizar drones e confirmou que a Dinamarca aceitou a oferta da Suécia para fornecer equipamentos antidrones.

A questão deve ganhar destaque ainda maior na próxima semana, quando Copenhague sediará uma cúpula europeia nos dias 1º e 2 de outubro, reunindo líderes de vários países do continente.

Na sexta-feira (26), ministros da Defesa da União Europeia concordaram que a criação de um “muro antidrones” é prioridade para proteger fronteiras e pontos estratégicos. “Precisamos agir rapidamente e aprender todas as lições da Ucrânia”, afirmou Andrius Kubilius, comissário europeu de Defesa.

Acusações e respostas

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, declarou na quinta-feira (25) que o país foi alvo de “ataques híbridos”, uma forma de guerra não convencional que combina ações militares e cibernéticas. “Há um país que representa uma ameaça à segurança da Europa, e esse país é a Rússia”, afirmou Frederiksen.

Moscou, no entanto, rejeitou categoricamente qualquer participação. A embaixada russa em Copenhague classificou os episódios como uma “provocação encenada” em publicação nas redes sociais.

O ministro da Justiça dinamarquês reforçou que o objetivo dos incidentes é “semear o medo, criar divisões e nos assustar”. Com as investigações em andamento, os governos europeus prometem aumentar a vigilância e acelerar a construção de barreiras tecnológicas para evitar novos ataques.

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