Delegado é preso suspeito de desviar R$ 2,2 milhões em contratos na área da educação, em Goiás

Foto: Divulgação/Ministério Público do Estado de Goiás
O delegado da Polícia Civil Dannilo Proto foi preso nesta quinta-feira (21) suspeito de fraudes em contratações públicas e desvio de recursos destinados a escolas em Rio Verde, região sudoeste de Goiás. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) estima que, desde 2020, o esquema teria desviado mais de R$ 2,2 milhões dos cofres públicos.
Em nota, a Polícia Civil reiterou seu compromisso com a legalidade e a transparência e destacou que eventuais dados relativos à participação de servidores da corporação nas investigações estão sendo encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil.
A Secretaria de Estado da Educação de Goiás ressaltou que não tinha conhecimento prévio dos fatos que são alvo de investigação do Ministério Público e que os envolvidos não integram a atual gestão da Secretaria e nem das unidades regionais de Educação. Disse ainda que, após ter acesso oficial aos documentos, a Secretaria iniciará processo de apuração interna acerca das situações apontadas pela investigação.
Segundo o MP-GO, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão em Rio Verde e Goiânia. O bloqueio de contas e a apreensão de bens dos investigados foi determinado em decisão judicial para fins de ressarcimento aos cofres públicos.
Operação Regra de Três
Segundo informações do MP-GO, a Operação Regra de Três tem o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa que seria liderada pelo delegado da Polícia Civil e sua esposa. A promotoria investiga suspeitas de fraudes em contratações públicas e direcionamento ilegal de recursos públicos destinados principalmente a reformas e obras em escolas da rede estadual de ensino.
De acordo com o Ministério Público, é apurada a prática dos crimes de organização criminosa, contratação direta ilegal, falsidade ideológica e lavagem de capitais, entre outros. As investigações apontam que as fraudes teriam se expandido a atuação para além das reformas em unidades escolares geridas por uma das suspeitas líderes do grupo.
Fraudes teriam se expandido para os seguintes processos:
- Contratos para a impressão de material didático para distribuição nas escolas estaduais
- Direcionamento ilícito da contratação de instituto ligado ao grupo para a realização de concurso público pela Câmara Municipal de Rio Verde
Nota da Polícia Civil na íntegra
A Polícia Civil de Goiás informa que prestou apoio operacional ao Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado da região Sul (Gaeco Sul), na deflagração da Operação Regra Três, realizada nesta quinta-feira (21/8), nos municípios de Rio Verde e Goiânia.
A instituição reitera seu compromisso com a legalidade e a transparência e destaca que eventuais dados relativos à participação de servidores da corporação nas investigações já estão sendo encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil, para apuração de possíveis transgressões disciplinares, observados o devido processo legal e a ampla defesa.
A Polícia Civil reafirma que não compactua com condutas ilícitas e segue colaborando com os órgãos de controle e fiscalização para o pleno esclarecimento dos fatos.
Goiânia, 21 de agosto de 2025.
Gerência de Comunicação da Polícia Civil de Goiás/PCGO
Nota da Secretaria de Estado da Educação de Goiás na íntegra
Sobre o pedido de informações em relação à operação Regra Três, conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual, em Rio Verde, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) informa:
A Secretaria esclarece que apoia integralmente as investigações e está à disposição para prestar esclarecimentos e fornecer todas as informações que vierem a ser solicitadas.
A Seduc/GO ressalta que não tinha conhecimento prévio dos fatos que são alvo de investigação do Ministério Público, os quais, segundo manifestação do próprio GAECO, tramitam em segredo de justiça. Destaca, ainda, que os envolvidos não integram a atual gestão da Secretaria e nem das unidades regionais de Educação.
Após ter acesso oficial aos documentos, a Secretaria iniciará processo de apuração interna acerca das situações apontadas pela investigação do MP/GO.