Casa Branca divulga documento com tarifa de 245% para produtos chineses

Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim – Foto: Tingshu Wang/Reuters
Na terça-feira (16), o site oficial da Casa Branca, dos Estados Unidos, publicou um informativo confirmando que a China agora encara tarifas de até 245% como resultado das “ações retaliatórias”. O documento não explica como os EUA chegaram ao cálculo dessa taxa que será aplicada sobre os produtos do país asiático.
Ao jornal ‘Global Times.’, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, comentou sobre o aumento das tarifas afirmando que nem os Estados Unidos compreendem “o valor específico das tarifas” e que a China deve manter sua posição.
No documento, o governo norte-americano detalha as principais decisões da política econômica e comercial do presidente Donald Trump e classifica as tarifas como uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
Em 2 de abril, Trump anunciou a imposição da tarifa de 10% sobre mais de 180 países, além de individualizar tarifas recíprocas para os países com os quais os EUA têm os maiores déficits comerciais. Depois, os EUA suspenderam as tarifas para diversos países, com exceção da China. O país asiático decidiu retaliar e aumentou também as alíquotas das tarifas cobradas sobre as importações americanas, que agora está em 125%.
A China disse que “não dará atenção”, caso os Estados Unidos continuem com o “jogo numérico das tarifas”, nesta quinta-feira (17), pelo horário local – noite da quarta (16), no horário de Brasília. A informação é da agência de notícias Reuters.
A nova versão publicada explica com mais detalhes o que o documento quis dizer ao “aumentar” novamente o valor das tarifas.
“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%”, diz o texto atualizado.
- A Seção 301, da Lei de Comércio, foi projetada para abordar práticas estrangeiras injustas que afetam o comércio dos EUA e pode ser usada para responder a atos, políticas e práticas de governos estrangeiros que sejam “irracionais ou discriminatórios e que onerem ou restrinjam o comércio dos EUA”, segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
Na investigação da Seção 301, os EUA apuraram “práticas desleais” da China relacionadas à transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação.
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
No restante do texto, a Casa Branca detalha as principais decisões da política econômica e comercial do presidente Donald Trump e classifica as tarifas como uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.