Artigo Opinião

Economia dá sinais de que teremos um Natal aquecido

Inflação em desaceleração e aumento no rendimento do trabalhador, entre outros fatores, devem impulsionar aumento nas venda

O aquecimento do comércio brasileiro neste Natal tem fundamento: pesquisas e indicadores recentes apontam para um fim de ano mais dinâmico, com consumidores dispostos a comprar e centros comerciais prontos para atender essa demanda. Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e Serviço de Proteção ao Crédito estima que as vendas natalinas devem movimentar R$ 84,9 bilhões e atrair 124,3 milhões de consumidores — sinais de que a data seguirá puxando a economia.

Os números de intenção de compra confirmam o ânimo: 76% dos consumidores disseram que vão presentear, com média de quatro presentes por pessoa (cinco nas classes A/B) e gasto médio por item estimado em R$ 174 — quase 30% acima de 2023. Esse incremento no ticket médio, somado ao maior número de compradores, tende a aumentar o volume de transações e a receita do varejo.

O ambiente se reflete nos shoppings: o setor opera com ocupação de 95,6% e inadimplência em níveis baixos. O segmento projeta alta de cerca de 5% nas vendas natalinas dos centros de compras, movimentando ao redor de R$ 6,2 bilhões, além de aumento no fluxo de consumidores. São boas notícias para lojistas, prestadores de serviços e toda a cadeia que gira em torno do varejo.

Por trás desse otimismo estão sinais macroeconômicos relevantes. A inflação apresenta desaceleração: em outubro o IPCA avançou apenas 0,09%, o menor resultado para o mês em mais de duas décadas, e o mercado reduziu expectativas de inflação para o período, movimentos que ajudam a restabelecer previsibilidade e confiança para famílias e empresas.

Além disso, o rendimento médio dos brasileiros atingiu recorde em 2024 (R$ 3.208), e estados como Goiás figuram entre os com melhores níveis de renda média do trabalhador — fatores que ampliam o poder de compra local e regional. Em Goiás, o rendimento médio do trabalhador aparece próximo a R$ 3.171, o que sustenta a visão de um Natal favorável à economia do Estado.

A queda de preços de itens da cesta, como arroz e leite, também tem aliviado o orçamento das famílias, liberando espaço para despesas com presentes e lazer — um componente importante para impulsionar o varejo neste fim de ano.

A combinação entre inflação em queda, rendimento em alta e um mercado de trabalho aquecido cria condições concretas para um Natal mais movimentado — tanto no Brasil quanto em Goiás. Esse cenário não elimina riscos, mas aponta que, com políticas públicas responsáveis e oferta adequada de crédito e logística, o comércio tem ao seu alcance uma temporada promissora

Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag).

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