Política

Edinho Silva é eleito novo presidente nacional do PT

Edinho Silva, novo presidente nacional do PT – Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O ex-ministro Edinho Silva foi eleito no domingo (6) novo presidente nacional do PT, através do PED (Processo de Eleições Diretas), que escolheu os novos dirigentes do partido nos níveis nacional, estadual e municipal.

Apoiado pelo presidente Lula (PT), Edinho era o favorito ao pleito. Seu principal adversário foi o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que já dirigiu a sigla anteriormente e se lançou como independente. Os petistas históricos Romênio Pereira e Valter Pomar correram por fora.

Ele pertence à CNB (Construindo Um Novo Brasil), corrente majoritária do PT, e substitui o senador Humberto Costa (PE) no comando do partido. Costa, por sua vez, estava como interino após Gleisi Hoffmann deixar a presidência da sigla para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula.

O resultado foi proclamado mesmo com a indefinição sobre o pleito no diretório de Minas Gerais, que havia sido judicializado. A segunda instância do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) derrubou uma liminar nesta segunda-feira e permitiu que a eleição no estado seja feita.

Até o momento, a apuração está da seguinte forma:

  • Edinho Silva: 239.155 votos (73,48%)
  • Rui Falcão: 36.279 (11,15%)
  • Romênio Pereira: 36.009 (11,06%)
  • Valter Pomar: 14.006 (4,6%)

De acordo com Humberto Costa, ainda faltam coletar votos de uma grande de Pernambuco, da Bahia, do Pará e do Rio de Janeiro, além de Minas Gerais. Entretanto, isso não irá afetar o resultado da eleição, prosseguiu o senador.

Mesmo sem Minas, Edinho já conseguiu a proporção necessária para anunciar a vitória. Segundo o presidente em exercício do PT, senador Humberto Costa (PE), que dirigiu o pleito, o novo presidente tem 73,48% votos apurados. Rui Falcão, em segundo lugar, tem 11,15%.

É esperado que pelo menos 400 mil filiados votem no pleito ao todo. Ainda estão sendo apurados votos em Pernambuco, Bahia, Pará, Paraná e Rio de Janeiro. A disputa em Minas deverá ocorrer no próximo domingo e inclui a eleição aos diretórios locais.

Em sua fala hoje, ele agradeceu a Lula e prometeu retomar pautas históricas do partido, além de se alinhar às pautas do governo. Segundo ele, o partido tem de se empenhar em propostas como o fim da escala 6×1, já em discussão no Congresso, e a tarifa zero no transporte público em vista de formar “um Brasil sem privilégios”.

O novo presidente do PT classificou a eleição do próximo ano como um “momento crucial para confrontarmos esses modelos de sociedade”.

Para o professor Lincoln Secco, há sinais de que a militância do partido deseja uma inclinação mais à esquerda. Na avaliação dele, este poderá ser o caminho adotado pelo partido em 2026.

“Acho que a conjuntura aponta para uma inclinação leve à esquerda. E qualquer que seja o candidato eleito, essa inclinação leve à esquerda vai acontecer na campanha do próximo ano porque isso não depende só do PT e do governo. O lado de lá está radicalizado”, afirma.

Diferente de outros momentos históricos em que o partido precisou combater escândalos, o ex-presidente do PT Tarso Genro acredita que, agora, a sigla tem como maior desafio resolver o “enigma” da sociedade atual.

“Houve uma mudança social em uma velocidade extraordinária. Acho que parte do PT não acompanhou. O partido precisa entender e saber combinar a condição de governo e ser de luta e movimento. Essa é a dinâmica. Precisa compreender o novo mundo do trabalho, as novas ansiedades do novo mundo, que vai sobrepujar o velho mundo social”, avalia o ex-governador do Rio Grande do Sul.

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