Post da mulher de Ramagem no Instagram — Foto: Reprodução/Instagram
A esposa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), Rebeca Ramagem, fez um post nas redes sociais neste domingo (23) sobre a figa da família para Miami, na Flórida, Estados Unidos.
Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão por tentativa de golpe. Segundo investigações, ele deixou o Brasil em setembro – mês em que a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o núcleo crucial da trama golpista.
No post, Rebeca fala que chegou aos Estados Unidos com a filha “há uma semana” e “com um único propósito: proteger a minha família“.
“Hoje, infelizmente, não encontramos no país a garantia de uma justiça imparcial. Somos vítimas de lawfare e temos enfrentado uma perseguição política desumana”, diz a postagem.
O termo “lawfare” faz referência a um suposto uso do direito de forma ilegítima, como arma para perseguir opositores, por exemplo.
A esposa do parlamentar também disse na postagem que a família iniciou uma “nova jornada” no exterior, e que segue unida. “Mantemos a esperança de um dia voltar a um Brasil onde a escolha político-ideológica não seja tratada como crime”, afirmou. Ela encerrou a publicação dizendo que continuará defendendo valores que considera importantes “de onde estiver”.
“Temos enfrentado uma perseguição política desumana”, diz o post. Rebeca afirmou que não há garantia de justiça imparcial no Brasil.
Além do texto, Rebeca publicou um vídeo que mostra as filhas do casal se reunindo com o pai no aeroporto. As imagens indicam que o deputado e o restante da família viajaram em momentos diferentes.
Ramagem foi visto em Miami. Uma reportagem publicada pelo site PlatôBR mostrou o deputado em um condomínio de luxo com a esposa. O ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão do parlamentar, condenado no processo da trama golpista, após pedido da Polícia Federal.
Ele saiu do país clandestinamente em setembro. Segundo apurou a colunista do UOL Carla Araújo, a investigação aponta que o deputado teria deixado o país por Boa Vista, capital de Roraima, e seguido para os Estados Unidos “provavelmente pela Venezuela ou Guiana”.
A Câmara informou que não autorizou missão do parlamentar no exterior. Segundo a Casa, ele apresentou atestados médicos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.
Ramagem foi condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Os ministros entenderam que ele usou a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para vigiar adversários políticos quando era diretor da agência no governo Bolsonaro.
Ele também foi condenado ao ser julgado por auxiliar nos ataques ao sistema eleitoral para manter o ex-presidente no poder. O STF determinou que ele não poderia deixar o país e que deveria entregar o passaporte.
O processo está em fase dos recursos das defesas. O primeiro embargo de Ramagem já foi negado. Após a fase dos recursos, o cumprimento da pena pode ser executado.
