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EUA interceptam terceiro navio petroleiro perto da Venezuela

Foto: Reprodução

Os Estados Unidos interceptaram um terceiro navio petroleiro próximo à costa da Venezuela, informaram neste domingo (21) as agências de notícias Bloomberg e Reuters.

A ocorrência também foi confirmada pela agência Reuters e pela CNN americana. Os oficiais do governo dos EUA, que falaram sob condição de anonimato, não informaram o local específico da operação.

A Bloomberg afirmou que o nome do barco é o petroleiro Bella 1 e que forças americanas já teriam embarcado no navio, já a Reuters disse que a embarcação está sendo perseguida e foi interceptada, mas que a abordagem ainda não haveria ocorrido.

A data e o local exatos da interceptação não foram informados até a última atualização a desta reportagem.

Segundo a Bloomberg, trata-se de um petroleiro que usava bandeira panamenha e estava a caminho da Venezuela para ser carregado. Um oficial do governo dos EUA afirmou à Reuters que o petroleiro está sob sanções e navega com bandeira falsa, além de acrescentar que interceptações podem assumir diferentes formas além da entrada de tropas na embarcação, como navegar ou voar próximo.

Um oficial afirmou à Reuters que o petroleiro interceptado neste domingo estava sob sanções econômicas, em linha com o “bloqueio total” de embarcações do tipo anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na terça-feira. No entanto, a embarcação apreendida no sábado não constava na lista de sanções dos EUA.

Minutos após a nova interceptação ser revelada pelas agências de notícias, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que seu país enfrenta “uma campanha de agressão de terrorismo psicológico e corsários que assaltaram petroleiros”. Não está claro se a fala é uma resposta à ação americana deste domingo especificamente.

Maduro comparou a atuação dos EUA a corsários. “Os piratas eram grupos privados que se dedicavam aos mares do mundo para roubar”, diz ele, em vídeo compartilhado em suas redes sociais. “Os corsários são piratas contratados por um estado imperial.”

Trata-se do terceiro bloqueio americano a embarcações venezuelanas. Ontem pela manhã, os EUA bloquearam o superpetroleiro Centuries; no dia 10 de dezembro foi a vez do petroleiro Skipper. O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que os dois primeiros navios operavam no mercado negro fornecendo petróleo a países sancionados.

Nem todos os embarques da Venezuela estão sob sanção. Embora muitos navios que operam na Venezuela estejam na mira, outros não são atingidos pelas medidas, incluindo embarcações que transportam petróleo venezuelano e cargas vindas do Irã e da Rússia. Empresas como a americana Chevron utilizam navios próprios e autorizados.

Petroleiro interceptado no sábado, tinha a China como destino. Segundo documentos aos quais a Reuters teve acesso, o petróleo bruto foi comprado pela Satau Tijana Oil Trading, uma das muitas intermediárias envolvidas nas vendas da PDVSA para refinarias independentes chinesas.

A China é a principal compradora do petróleo venezuelano. O produto representa cerca de 4% das importações chinesas, algo em torno de 600 mil barris por dia embarcados somente em dezembro.

Trump pressiona o regime de Maduro ao tentar sufocar a principal fonte de receita da Venezuela. Se a Venezuela não puder exportar petróleo, seus tanques de armazenamento terão excedente, e a estatal Petróleos de Venezuela SA, ou PDVSA, precisará fechar poços de petróleo, dizem especialistas do setor.

Trump classificou o governo rival de organização terrorista estrangeira, ao acusar o suposto envolvimento com o narcotráfico. A abordagem de ontem surpreendeu especialistas porque o superpetroleiro Centuries não constava da lista pública de sanções dos EUA. Embora a bandeira da embarcação fosse panamenha, o petróleo pertencia a uma empresa chinesa.

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