A força dos atos contra blindagem e anistia, mostra que bolsonarismo deu um tiro no pé

Manifestantes fazem protesto ao Masp, na Avenida Paulista, contra a PEC da Blindagem e o Projeto de Anistia – Foto: Reprodução/TV Globo
A PEC da Bindagem que blinda parlamentares de processos e a anistia para os golpistas, idealizadas pelos bolsonaristas e apoiada pelo centrão, foi uma das piores coisas feitas por parlamentares. As manifestações desse domingo (21), mostra que os brasileiros estão atentos aos movimentos do Congresso Nacioal. Por outro lado, mostra que bolsonaristas deram um tiro no pé, ao defenderem uma pauta, que blinda parlamentres que cometem crimes.
Também mostrou a fragilidade do presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), para cumprir um acordo firmado com os bolsonaristas e com o Centrão que, em agosto, fizeram um motim e tomaram as mesas diretoras da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – acordo esse alinhavado por Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, ex-presidente da Câmara e fiador do mandato de Motta no comando da Casa.
A repercussão negativa das aprovações, entretanto, tirou qualquer chance de a PEC da Blindagem ser aprovada pelo Senado, pelo menos por ora.
A manobra de pautar de forma seguida a PEC da Blindagem e a urgência da Anistia não agradou o ex-secretário de Comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que fez uma postagem em seu perfil no X para falar sobre o tema.
A junção das pautas da “PEC da Blindagem” com a da Anistia merece TODOS os prêmios de marketing às avessas […] É imprescindível que a Direita levante um muro imediatamente, recolocando a ANISTIA num patamar alto e independente, disse o advogado e aliado de Bolsonaro.
Mesmo senadores que, em reservado, diziam não saber como se posicionariam agora dão como certo que votarão contra.
Além disso, mostrou que a ideia de atrelar a tramitação da anistia à blindagem foi, nas palavras de um aliado de Bolsonaro, um tiro no pé.
Isso porque não só os dois projetos correm, agora, risco maior de serem enterrado – no caso da PEC – e enfraquecido, no caso da anistia, mas também porque deixou de herança o desgaste de tentar aprovar duas medidas amplamente impopulares, além do carimbo de que a direita patrocinou o movimento de blindagem a parlamentares.