Advogada é suspeita de matar ex-sogro e a mãe dele envenenados em Goiânia
A advogada Amanda Partata, suspeita de matar o e ex-sogro Leonardo Pereira Alves e a mãe dele, Luzia Alves, envenenados, chega à delegacia em Goiânia. Ela foi presa na noite desta quarta-feira (20). Ao ser questionada na porta da delegacia, ela negou que tenha cometido o crime.
Segundo o delegado Carlos Alfama, responsável por investigar o caso, Amanda será ouvida novamente para que seja totalmente esclarecido como o duplo homicídio foi executado. Mais informações serão repassadas em uma coletiva de impressa marcada para a manhã de quinta-feira (21).
“O caso é bem complexo, envolve um grau de psicopatia. Vamos ouvir novamente a Amanda, porque existem detalhes relevantes, inclusive de outros crimes relacionados à investigada. O que nós adiantamos é que, de fato, se trata de um duplo homicídio por envenenamento”, disse o delegado.
Amanda Partata é suspeita de envenenar homem e mulher em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Amanda é advogada, segundo o Conselho Nacional dos Advogados (CNA). Nas redes sociais, ela também se apresenta como psicóloga, mas segundo o Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP-GO), ela não tem registro profissional ativo no banco de dados do Conselho.
Na porta da delegacia, ao ser questionada por jornalistas sobre o crime, Amanda disse por mais de uma vez: “Eu não fiz isso”. Ela também chegou a afirmar que está grávida.
Leonardo Pereira Alves (lado esquerdo) e a mãe Luzia Alves (lado direitos) (Goiânia, Goiás) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O caso começou a ser investigado na segunda-feira (18), após a morte de Leonardo. Em um boletim de ocorrência, a esposa dele afirma que a ex-nora comprou um doce para um café da manhã com a família. Leonardo, Luzia e a própria mulher comeram durante a manhã de domingo (17).
Cerca de três horas depois do consumo, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, além de também apresentarem vômitos e diarreia. Mãe e filho foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas os dois não resistiram e morreram ainda no domingo.
A ex-nora, também conforme o relato, comeu a sobremesa em menor quantidade. Ela estava indo para Itumbiara, na região sul do estado, quando também começou a sentir os sintomas e retornou à capital.
Até então, a família acreditava que o doce havia causado as mortes por estar contaminado e, por isso, exigiu a investigação. A polícia e outros órgãos de fiscalização, como o Procon Goiás, visitaram as unidades da empresa onde o doce foi comprado para averiguar os produtos, em busca de irregularidades e evidências da contaminação.
Ainda na segunda-feira, o Procon Goiás publicou uma nota dizendo: “Os agentes verificaram informações contidas nas embalagens, datas de fabricação e validade, acomodação e refrigeração dos doces e, nesta ocasião, não foi constatada nenhuma irregularidade nos produtos fiscalizados. As informações e documentação foram repassadas para a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, que segue com as apurações”.
Sofrimento da família
O caso ganhou repercussão em todo o estado de Goiás depois que a filha de Leonardo usou as redes sociais para falar sobre a morte do pai. A médica Maria Paula Alves contou que Leonardo era uma pessoa saudável e extraordinária.
“Papai era uma pessoa de 58 anos que não tinha 1 fio de cabelo branco na cuca e que acordou o dia 17 de dezembro completamente bem. Os porquês, a surpresa, a angústia, o desentendimento e a dúvida não terão espaço nesse texto. O texto é sobre o senhor ter sido – e ainda ser – o maior exemplo de homem/pai que eu encontrei”, disse a jovem.
Fonte: g1