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Afundamento de rua ameaça prédios residenciais em Goiânia

Parte da rua 1128 no Setor Marista em Goiânia afundou e obrigou moradores de dois prédios a sair de casa. A rua e a calçada que afundaram ficam bem em frente à obra de um prédio em construção. Moradores acordaram por volta de 2h30 com um forte barulho.

“Foi assustador, foi assustador. Teve algumas pessoas, como moram no fundo, na parte de trás do prédio, que não ouviram. E aí a gente foi acordar as pessoas”, conta a síndica Andrea Peixoto Gouthier.

Quando amanheceu, os moradores viram as rachaduras. Vinte e nove famílias, de dois edifícios vizinhos, foram para casas de parentes ou para um hotel alugado pela construtora. Nenhum prédio foi interditado pela Defesa Civil, mas os moradores foram orientados a sair por precaução.

“A gente recomenda para que as pessoas não fiquem entrando e saindo desses prédios. Mas se for uma questão emergencial, se for para pegar algum remédio, alguma documentação necessária, aí é só entrar em contato com a Defesa Civil que a Defesa Civil faz o devido acompanhamento”, diz Robledo Mendonça, coordenador municipal da Defesa Civil.

A Construtora Opus, responsável pela obra, afirmou que os moradores vão ficar em hotéis até que um laudo técnico mostre se houve comprometimento nas construções, mas não informou quando o laudo deve ficar pronto. Fiscais do Crea, o Conselho Regional de Engenharia, estiveram no local e disseram que uma obra no asfalto da rua pode ter ocasionado o afundamento do solo.

“A gente não pode tirar nenhuma conclusão, mas a gente sabe que teve um corte na pavimentação e essa pavimentação pode ter entrado água nesse período chuvoso e ter acelerado os processos que a gente está vendo”, diz Lamartine Moreira, presidente do Crea de Goiás.

A construtora afirmou que não fez nenhuma intervenção ou corte no asfalto.

O servidor público Paulo Apólo está dividindo o quarto de hotel com a mulher e os dois filhos.

“Como que fica a vida? Quem que vai conseguir dormir em uma situação dessa? Como é que vai ser agora? Nós vamos voltar para lá como? Qual é a situação? Qual é a verdadeira situação?”, questiona.

A prefeitura de Goiânia declarou que não fez nenhuma obra recentemente na área do afundamento.

“O barulho que teve essa noite foi maior que tudo que a gente já ouviu aqui na região. Eu acordei assustado com minha esposa, só deu tempo de pegar os cachorros”, disse o morador Wander Bueno.

O buraco engoliu a calçada e parte da rua 1128, no Setor Marista. A cratera se formou em frente a construção de um prédio residencial e ao lado do edifício evacuado durante a madrugada. Segundo a Defesa Civil, alguns moradores foram para a casa de parentes e outros para um hotel, custeado pela incorporadora responsável pela obra.

“Foi feita a evacuação do prédio de forma preventiva e acionado os responsáveis pela obra, que se comprometeram a pagar hotel para os moradores até serem feitos os estudos técnicos e as intervenções necessárias para garantir a segurança de todos”, explicou a Defesa Civil.

Moradores relatam que o desmoronamento mais intenso aconteceu por volta de 2h30. Mas cerca de meia hora após isso, ainda era possível ouvir alguns estalos. Várias rachaduras foram notadas na estrutura do prédio vizinho.

“A gente sabe que houve um corte na pavimentação e essa pavimentação pode ter entrado água nesse período chuvoso. […] Agora isso vai ser levantado com uma perícia para achar as causas”, declarou o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Lamartine Moreira.

Prédio vizinho a onde houve desmoronamento de rua apresenta rachaduras — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Prédio vizinho a onde houve desmoronamento de rua apresenta rachaduras – Foto: Reprodução/TV Anhanguera.

Segundo prédio evacuado

Outro prédio, localizado na rua 1127, foi evacuado durante a manhã. A decisão foi conjunta da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e da incorporadora. Segundo a empresa, para todos esses moradores também foi oferecido um hotel, mas alguns escolheram ficar na casa de parentes.

“É muito complicado. Eu já chorei tanto, porque acabei de mudar e comprei tudo novo e acontece isso. Mas foi bom que a gente está saindo antes”, desabafou a auxiliar administrativa Mirella Corrêa.

A Defesa Civil explicou que, por enquanto, os dois prédios foram evacuados de forma preventiva. Mas logo após análises mais criteriosas, eles poderão decidir pela interdição formal ou não.

Tais análises serão feitas pela incorporadora, enquanto a Defesa Civil apenas monitora, até que seja entregue um laudo de segurança das edificações. Não há um prazo estabelecido para isso, pois tudo deve ser feito dentro da maior segurança possível e analisado de forma criteriosa.

Até lá, a determinação da Defesa Civil é que todas as pessoas fiquem fora de casa enquanto os técnicos avaliam as condições do terreno. Até o momento da publicação desta reportagem, pelo menos 30 famílias de dois prédios foram obrigadas a sair de casa.

Moradores têm que sair às pressas de prédio após rua desmoronar, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Moradores têm que sair às pressas de prédio após rua desmoronar, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Nota da Opus na íntegra:

“A respeito dos eventos ocorridos na obra da rua 1128, a Opus Incorporadora informa que está investigando o incidente. Neste primeiro momento, a prioridade da empresa foi visitar todas as construções vizinhas, onde não foram identificados riscos para os moradores. No entanto, por precaução, providenciamos a retirada de algumas famílias, as quais foram acomodadas em hotéis. As equipes técnicas da Opus seguem avaliando o ocorrido para determinar as causas e reparar todos os danos o mais rápido possível.”

Nota da Defesa Civil na íntegra

“A Defesa Civil foi acionada por volta das 3h15 da madrugada desta segunda-feira (15/01) após parte do asfalto da Rua 1128, no setor Setor Marista, ceder. O local fica em frente à obra de construção de um prédio residencial.

Os agentes constataram a possibilidade de risco na estrutura de um prédio próximo à obra e realizaram a evacuação dos moradores. A construtora responsável pela edificação se comprometeu a pagar pelo hotel até que os estudos necessários sejam realizados para garantir a segurança da estrutura do prédio vizinho.

A Defesa Civil e a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) interditaram a via e controlam o trânsito no local.”

Fonte: g1

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