Agiotas levavam dívida ao tribunal do PCC: “Amarra e só sai resolvido”
Investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) aponta que os agiotas ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) realizavam o chamado Tribunal do Crime para resolver as dívidas das suas vítimas.
A Operação Khalifa, deflagrada na semana passada, cumpriu 9 dos 11 mandados de prisão. Segundo a investigação, os agiotas do PCC cobravam juros abusivos, de 10% a 300% ao mês, de quem pegava dinheiro emprestado. Em caso de inadimplência, era imposta multa de R$ 1 mil por dia. O esquema envolvia, ainda, sequestro de bens das vítimas e corrupção policial.
Conforme detalhes da investigação que corre em segredo de Justiça. Em um dos grampos da operação, o alvo Eduardo Nunes da Silva, o Eduardinho, um dos presos da operação, relata um Tribunal do Crime para cobrar um devedor em setembro de 2023, segundo o MPSP.
“Entramos oito ‘irmão’ na linha. [A vítima disse:] ‘Não, mano, eu vou pagar’. Eu falei: ‘Ô, amigão, por que você não pagou? Pra que precisa chegar nesse ponto?”, descreve o investigado na conversa. Em seguida, outro participante afirma. “Quando ele [vítima] encostar, já é para amarrar. Só sai resolvido”.
Ligação com PCC
De acordo com a Promotoria, os agiotas do PCC movimentaram R$ 20 milhões só no ano passado. O MPSP afirma que o grupo era liderado por Edson Carlos do Nascimento, o Kaká (foto em destaque), que já foi investigado por envolvimento em jogos de azar e é apontado como “membro relevante” da facção criminosa na região do Alto Tietê. Em liberdade, o investigado levava uma vida de luxo.
fonte: metrópoles