Alckmin vacina Lula em novo contraponto a Bolsonaro
Durante o lançamento do “Movimento Nacional pela Vacinação“, Lula recebeu a 5ª dose do imunizante contra a covid.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, recebeu nesta 2ª feira (27.fev.2023), publicamente, a 5ª dose da vacina contra o coronavírus. Quem aplicou foi o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), que é médico.
O ato foi mais um contraponto do petista a seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Quando era presidente, Bolsonaro jogou dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra a covid-19.
O presidente mostrou sua carteira de vacinação. Durante a pandemia, Bolsonaro não quis mostrar esse documento. Foi decretado sigilo de 100 aos à informação. Agora, a atual gestão estuda mostrar o arquivo.
A dose aplicada em Lula é do tipo bivalente, que tem eficácia contra variantes do vírus além da cepa original. Outras pessoas também foram vacinadas no ato.
“Tomar vacina é um gesto de responsabilidade”, disse Lula. “Eu tomo vacina porque eu gosto da vida”, declarou, lembrando sua idade.
“Que a gente não acredite no negacionismo, que a gente não acredite nas bobagens que se falam sobre a vacina”, declarou o petista. “Pelo amor de Deus, não sejam irresponsáveis. Se tiver vacina, vai lá tomar vacina”, disse.
O presidente também mencionou outras doenças além da covid-19. “A hora que a criança pega paralisia, aí a gente vai sofrer pelo resto da vida com algo que poderia ter sido evitado”, declarou.
“O Brasil já foi o país campeão mundial de vacinação. O Brasil era o país mais respeitado no mundo pela capacidade, pela qualidade das nossas enfermeiras, dos nossos enfermeiros, da injeção em todo o povo brasileiro”, afirmou o petista.
Lula e a ministra da Saúde, Nisia Trindade, mencionaram a mascote dos programas de vacinação do Brasil, o Zé Gotinha. “Não tenha medo do Zé Gotinha”, disse o presidente. A ministra deu vivas ao personagem.
Em 2021, dias depois de ter condenações anuladas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Lula viralizou dizendo que Bolsonaro havia mandado Zé Gotinha embora por pensar que ele era petista. “Ele [Zé Gotinha] é suprapartidário, ele é humanista”, declarou à época.
Os contrapontos ao ex-presidente têm sido comuns na atual gestão do petista. Na última semana, depois da destruição causada pela chuva em São Sebastião (SP), Lula se reuniu com políticos de fora de seu campo e disse que se tratava de uma cena “que há muito tempo não se via no Brasil”. Era uma referência aos atritos públicos que Bolsonaro tinha com governadores.
Também participaram do ato desta 2ª feira o ministro da Secretaria Geral, Márcio Macêdo, a governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que foi vaiada, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva.
O ato foi em uma unidade de saúde no Guará, cidade satélite de Brasília, a cerca de 18 quilômetros do Palácio do Planalto.
Foi um compromisso público que tomou pouco tempo, para os padrões de Lula. Estava marcado para 15h. O presidente chegou às 15h03, e às 15h23 foi embora, com o evento encerrado.
CAMPANHA PELA VACINAÇÃO
O ato foi o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, organizada pelo Ministério da Saúde. A pasta tenta ampliar a aplicação das vacinas disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). Na 1ª fase do programa, o ministério deve reforçar a imunização contra a covid-19.
O reforço começa com os grupos prioritários em todo o país, como idosos acima de 60 anos.