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Alonso teria oferecido dinheiro por apoio contra Hamilton na McLaren

Ex-mecânico da McLaren afirma que equipe do espanhol entregou envelopes de dinheiro a funcionários em meio à briga deflagrada com Hamilton, que marcou temporada da F1 em 2007

Quando Fernando Alonso xingou Lewis Hamilton após batida no GP da Bélgica, os fãs da F1 viram mais um capítulo surgir na rivalidade entre os dois. E nessa disputa, tudo sempre remonta ao ano de 2007, quando ambos pilotavam pela McLaren. A situação naquele ano era tão tensa que o espanhol teria tentado trazer a equipe para seu lado com dinheiro, segundo Marc Priestley, ex-mecânico da equipe britânica.

– Uma das táticas de Fernando é tentar trazer a equipe inteira para o lado dele da garagem. Ele tenta lutar pelo controle. Houve um momento em 2007 que cheguei e o empresário de Fernando, ou seu treinador, estava entregando pequenos envelopes marrons, cheios de dinheiro para todos que não estavam no carro do Lewis – afirmou ao podcast PitStop.

Alonso chegou à McLaren em 2007 como bicampeão mundial, tendo conquistado seus dois títulos com a Renault em 2005 e 2006. Hamilton, por sua vez, fazia sua estreia no grid da Fórmula 1. Os companheiros foram rivais diretos pelo título, conquistado por Kimi Raikkonen na última etapa. O inglês e o espanhol terminaram empatados com 109 pontos, um a menos que o finlandês.

– A equipe dele, a equipe de suporte, eu (que) estava comandando a equipe de t-car… Todos recebemos esses pequenos envelopes. Me lembro de abrir e ter cerca de 1.500 euros, algo assim. Era tão desonesto. Primeiro, você recebe um envelope marrom sem marcação e eu estou tipo “muito obrigado, o que é isso?”. O treinador sai, você fica com aquela coisa, abre e está literalmente cheio de dinheiro – completou Priestley.

Um dos episódios mais marcantes da rivalidade foi o GP da Hungria 2007, quando Alonso propositalmente prejudicou Hamilton na classificação. No Q3, o espanhol retardou sua saída dos boxes antes da última volta rápida para atrapalhar o inglês, que mirava a pole position – Alonso, então, era o mais rápido. Deu certo, até que a FIA resolveu punir a atitude do bicampeão com cinco posições.

Além dos ânimos exaltados na garagem, a McLaren ainda tinha mais problemas a resolver. A equipe britânica era alvo de investigação por uma suposta espionagem e uso de dados confidenciais da Ferrari.

“Você começa a olhar em volta, todos os seus colegas têm (os envelopes) e (se perguntam) ‘você abriu o seu? Quanto você recebeu?’ Aí isso começa a se espalhar, e as únicas pessoas que não receberam foram a equipe do Lewis. No fim, a equipe obviamente descobriu e nos fez doar tudo para a caridade. Foi bom, mas nos deu uma perspectiva sobre as duas mentalidades diferentes”, disse Priestley.

Fernando Alonso e Lewis Hamilton após a polêmica classificação do GP da Hungria de 2007 — Foto: David Davies/PA Images via Getty Images

De acordo com o ex-mecânico, a briga era aberta entre os dois lados da garagem da McLaren – mas Hamilton tinha estratégias diferentes, como o uso da mídia e da opinião pública.

– Lewis fazia coisas diferentes, jogava pequenos jogos com a mídia. Os dois fizeram coisas certas e coisas erradas, nenhum de nós é perfeito. Mas eles montaram uma estratégia para ser o melhor piloto de F1 de formas diferentes. Ambos conquistaram ótimos resultados, mas foram abordagens diferentes – concluiu.

Com Hamilton e Alonso em equipes distintas, a Fórmula 1 2022 retorna para o GP de Singapura no dia 2 de outubro. A etapa em Marina Bay pode coroar o bicampeonato de Max Verstappen (RBR) de forma antecipada.

Fonte: ge

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