Política

Ao lado de Macron, Lula diz que situação na Venezuela é grave e não tem explicação

Emmanuel Macron (e), no Palácio do Planalto – Foto: Fabio Charles Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (28) que a situação na Venezuela é “grave” e que não tem “explicação jurídica nem política”. A fala ocorreu no Palácio do Planalto, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron. A candidata da oposição Corina Yoris foi impedida de registrar candidatura para o processo eleitoral venezuelano. Ela é um dos principais nomes para derrotar o ditador Nicolás Maduro.

“É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça, parece que tentou usar o computador e não conseguir entrar, isso causou prejuízo à candidatura. Não tem explicação jurídica, política, proibir um adversário de ser candidato. Aqui no Brasil, todo mundo sabe, todos os adversários são tratados nas mesmas condições. Aqui, é proibido proibir, a não ser que tenha restrição judicial”, afirmou o petista, ao completar que o Brasil vai observar o processo no país vizinho. 

Macron destacou que “concorda com tudo” que foi dito por Lula. Para o líder europeu, o processo eleitoral na Venezuela não tem sido democrático nem transparente. “Condenamos firmemente terem tirado uma candidata do processo. Não nos desesperamos, mas a situação é grave e piorou”, declarou.

As eleições presidenciais na Venezuela estão marcadas para 28 de julho. No início deste mês, Lula afirmou esperar que o pleito seja o mais democrático possível e criticou opositores do ditador Nicolás Maduro. Questionado se acredita que o processo é justo, o presidente brasileiro respondeu que não se pode lançar dúvidas antes de o evento ocorrer, de fato.

“Porque aí começa a ter discurso de prever, antecipadamente, que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente possa julgar se ela foi democrática”, disse. “E eu espero que seja. Acho que a Venezuela precisa disso, acho que o Maduro precisa disso e acho que a humanidade precisa disso”, acrescentou.

O prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais no país vizinho se encerrou na noite da última segunda-feira (25). Horas depois, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), coligação que reúne os principais partidos de oposição a Maduro, anunciou que fora impedida de registrar o nome de Corina Yoris para as eleições. Ela foi indicada para substituir María Corina Machado, do mesmo grupo político, proibida de ocupar cargos públicos pela Justiça venezuelana. 

Em reação, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota, na terça-feira (26), e afirmou acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral na Venezuela.

Fonte: r7

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