Após voltar atrás sobre México, Trump adia tarifas sobre o Canadá

Donald Trump, recua novamente na guerra comercial que produziu – Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, afirmou na tarde desta quinta-feira (6) que vai adiar mais uma vez a cobrança de tarifas sobre algumas das importações que chegam ao país vindas do Canadá e do México.
A decisão, mostra uma reviravolta em sua posição, ocorre depois de a Casa Branca ser pressionada pelo setor industrial e do agronegócio americano, muitos dos quais votaram pelo republicano.
No Salão Oval, Trump voltou a criticar as tarifas impostas pelo Canadá, inclusive no setor de madeira. “Não precisamos energia do Canadá, nem carros, nem nada”, afirmou
Segundo o republicano, os países não precisarão pagar tarifas sobre nenhum produto que se enquadre no Acordo USMCA (acordo comercial entre EUA, México e Canadá).
O adiamento da taxação será válido até 2 de abril, data em que outras tarifas impostas por Trump devem começar a valer.
O acordo comercial da América do Norte abrange uma ampla gama de produtos e serviços. Entre os principais, estão produtos agrícolas, manufaturados, de tecnologia, entre outros.
Inicialmente, Trump havia mencionado a isenção apenas para o México, mas ficou claro no final da tarde (horário de Brasília) desta quinta-feira que a ordem de tarifas alterada também abrange o Canadá.
Para o Canadá, a ordem também exclui taxas sobre potássio, um fertilizante essencial para fazendeiros dos EUA, mas não cobre totalmente produtos energéticos — sobre os quais Trump impôs uma tarifa separada de 10%.
Segundo um funcionário da Casa Branca disse à Reuters, isso acontece porque nem todos os produtos energéticos importados do Canadá são cobertos pelo USMCA.
Entre as medidas, Trump reduziu de 25% para 10% as tarifas sobre a matéria-prima canadense usada para fabricar fertilizantes para os agricultores americanos. O setor do campo afirmou estar “frustrado” com a Casa Branca diante de suas perdas no comércio.
O temor dos empresários é de que as retaliações prometidas por Canadá e México ampliem suas desvantagens nos mercados internacionais. Já economistas e mesmo membros do governo Trump alertam que as medidas poderiam aprofundar a inflação.