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Atos golpistas: PF intima general do Planalto e 80 militares irão depor à PF sobre atos de 8 de janeiro

Depoimentos devem começar já nesta quarta-feira (12) em Brasília

A Polícia Federal vai tomar o depoimento de cerca de 80 militares do Exército sobre os atos ciminosos do dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes em Brasília. A ideia é que os depoimentos comecem já nesta quarta-feira (12).

No mês passado, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) abriu investigação contra militares das Forças Armadas por suposto envolvimento nos atos antidemocráticos.

Também faz parte da apuração a eventual responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nas falhas que permitiram que os criminosos invadissem o Palácio do Planalto.

No dia 16 de março, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel Jorge Eduardo Naime afirmou que o Exército tentou impedir a prisão de manifestantes que participaram dos ataques criminosos.

O coronel disse ainda que foi feita uma barreira com militares do Exército para impedir a prisão de suspeitos que participaram dos atos e que estavam instalados no acampamento que havia sido montado em frente ao Quartel-General do Exército.

Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento dos militares que estiveram envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Ou seja, que esse julgamento não caberia à Justiça Militar.

Também em fevereiro, o presidente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tem a impressão de que forças de segurança que atuavam em 8 de janeiro estavam comprometidas com o ataque às sedes dos Três Poderes.

“Olha, eu posso te garantir que a impressão que eu tenho é que todas as forças que tinham que cuidar da segurança de Brasília estavam comprometidas com o golpe”, disse Lula na ocasião, acrescentando que foi necessário decretar intervenção federal na segurança pública de Brasília.

O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles avalia que se trata de uma das maiores investigações envolvendo militares desde a redemocratização, até pela dimensão dos fatos investigados, e diz que essa apuração é “altamente sadia para a democracia”.

“O caso envolveu uma quantidade enorme de pessoas e órgãos militares que em tese teriam que zelar pela integridade física e material do local”, afirmou.

“Na democracia, não há ninguém acima de qualquer suspeita. É um regime em que você investiga todos os fatos acontecidos”, completou Fonteles, que comandou a Procuradoria-Geral da República (PGR) entre 2003 e 2005.

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