Economia

Auxílio Brasil: Grandes Bancos entendem que Consignado não é o produto certo para público vulnerável

O Auxílio Brasil, é programa do Governo Federal,  integra em um só programa várias políticas públicas de assistência social, saúde, educação, emprego e renda. O novo programa social de transferência direta e indireta de renda é destinado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país. Além de garantir uma renda básica a essas famílias, o programa busca simplificar a cesta de benefícios e estimular a emancipação dessas famílias para que alcancem autonomia e superem situações de vulnerabilidade social. 

Consignado 

No dia três da agosto, o governo sancionou o Projeto de Lei que amplia a margem de crédito consignado. Segundo a Assessoria Especial de Comunicação Social, o objetivo da medida é “atenuar os efeitos da crise econômica” causada pela pandemia.

O valor máximo da parcela do crédito consignado passou de 30% para até 40% da renda mensal. Até dezembro, o Auxílio Brasil foi fixado em R$ 600. Depois disso, o benefício poderá voltar a R$ 400.

Assim, a parcela máxima do empréstimo será de R$ 160. O prazo será de até 24 meses. Não há limite para a taxa de juros cobrados.

Famílias que recebem o Auxílio Brasil poderão fazer empréstimo consignado sobre o valor do benefício. Até o momento, no entanto, poucos bancos confirmaram a oferta do serviço.

Espera-se que a Caixa Econômica Federal (que opera os pagamentos) e o Banco do Brasil ofereçam o crédito.

O Bradesco e o Itaú não vão operar na linha de crédito para beneficiários do programa social.

Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, afirmou nesta terça-feira (8) que o banco optou por não operar o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. A declaração foi feita durante entrevista coletiva sobre os resultados do segundo trimestre do banco.

“Entendemos que não é o produto certo para público vulnerável. Assim, o banco preferiu não operar”, disse o presidente aos jornalistas.

De acordo com o presidente da instituição financeira, apesar de o banco operar o consignado para o INSS e BPC (Benefício de Prestação Continuada), a decisão de não conceder consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil foi tomada há algum tempo. “Seja pelo perfil do público, que é vulnerável, seja pela temporariedade do benefício e a mudança que ocorre mês a mês”, explicou o presidente do Itaú.

Na última semana, o Bradesco também informou que não vai operar a linha de crédito. Octavio de Lazari Jr., presidente da instituição financeira, falou na última sexta-feira que, por se tratar de vulneráveis, o banco preferiu não aderir à modalidade.

A nova lei que possibilita o empréstimo consignado foi criada a partir de uma medida provisória (MP) editada pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional. A medida é criticada por especialistas, que apontam para o risco de endividamento ainda maior da população mais vulnerável da população.

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