Batista Custódio e a Voz das Multidões Caladas
Do grupo seleto de revisores que trabalharam no extinto e saudoso semanário Cinco de Março, inclusive que tiveram o privilégio de revisar artigos do grande jornalista Batista Custódio, é sempre com avidez que leio todos os textos que levam a assinatura desse brilhante colega. Intelectual de estirpe, Batista cita com rara clareza ensinamentos deixados por Jesus Cristo e os grandes filósofos e pensadores de todas as épocas.
Editor de jornais que acompanha pare passu os trabalhos de seus repórteres, Batista Custódio acumulou experiência que o credencia a discorrer sobre qualquer tema, mas tem um gosto especial pela política. E, como ninguém, associa profecias, especialmente bíblicas, ao tempo difícil por que estamos passando, com argumentações convincentes. É, sobretudo, um conselheiro por excelência! Só que ainda não consegui absorver um dos seus grandes ensinamentos: “Os tolos falam demais!”.
Em recente artigo, publicado na edição nº 11.975, do Diário da Manhã, jornal que já tem mais de 40 anos levando informações e notícias verdadeiras para todo o mundo, a pena inspirada de Batista Custódio representa “A Voz das Multidões Caladas”. Faz análise da realidade dos homens (sobretudo dos políticos) e da humanidade, através de colocações em que deixa evidente sua veia de filósofo sobre as relações sociais, o ambiente eleitoral e flexiona o verbo através do dualismo entre afeto e indignação. Questiona ressentimentos e rancores na vida pública e privada e declarou seu voto a Maguito Vilela para prefeito de Goiânia. Eleição em que saiu vencedor, mas acabou vindo a falecer, vítima da covid-19.
Sou fã também das orações desse grande homem de Deus, que vez ou outra permeia seus escritos. Tem uma que nunca me esqueço do seu final, que, aliás, já foi aperfeiçoado por ele, que diz assim: “Mas não diga, Ó Cristo Companheiro, que seu sofrimento foi completo, porque você não viu, como Maria, um filho seu morrer na cruz”. Dessa vez também conclui seu artigo com uma oração. Vale muito a pena ler mais uma obra prima desse jornalista valente! E que Deus continue nos abençoando ricamente!
Fonte: João Nascimento, jornalista