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Bilionária vai escolher aleatoriamente 50 pessoas para gastar 131 milhões

A austríaca Marlene Engelhorn, de 31 anos, vai escolher aleatoriamente 50 pessoas para gastar 25 milhões de euros (aproximadamente US$ 27 milhões, ou R$ 133 milhões) da sua herança, informou a BBC.

Marlene acredita que o governo da Áustria deveria aplicar impostos tanto na riqueza, como no caso de se receberem heranças – o que não acontece no país.

De acordo com o projeto, Guter Rat [Bom Concelho, na tradução livre], esta é a forma de a herdeira, de 31 anos, lutar contra a desigualdade no que diz respeito à distribuição de riqueza.

Segundo explica no site do projeto, a primeira fase do mesmo consiste em selecionar dez mil pessoas aleatoriamente, que terão que preencher um questionário.

Dessas, serão escolhidas 50 pessoas com diferentes percursos, amostra que pretende representar toda a população austríaca. Marlene pretende, então, depois que a ajudem a distribuir os 131 milhões de reais.

Em comunicado, a mulher afirma que a sua riqueza já existia ainda antes dela ter nascido. “Ficou acumulada porque outras pessoas fizeram o seu trabalho, mas a minha família conseguiu herdar os direitos de uma empresa e todos os frutos do seu trabalho”, escreve a criadora do projeto no site.

De acordo com a BBC News, Marlene herdou milhões da sua avó. A herança em questão vem de Friedrich Engelhorn, o fundador da farmacêutica BASF. Segundo a Forbes, a herança dela está estimada em 3,8 bilhões de dólares (cerca de 19 bilhões de reais).

“Herdar é uma imposição à sociedade. Herdar significa nascer diretamente na cadeira do chefe – mas nem precisar disso. Herdar significa que portas se abrem – portas que outras pessoas nunca verão em sua vida. Herdar significa sentir a segurança financeira que o protege de trabalho insuportável, moradia insuportável ou inadequada, desvantagens de saúde e muito mais”, aponta.

A ideia do grupo é contribuir com ideias para definir como o dinheiro será gasto. Os escolhidos participarão de reuniões na cidade de Salzburgo, com acadêmicos e organizações da sociedade civil, de março a junho deste ano.

Os custos de viagem para quem precisar se deslocar serão cobertos. Além disso, os participantes receberão 1.200 euros por cada fim de semana que participarem das reuniões.

Marlene diz que ela não terá direito ao veto. “Estou colocando meus bens à disposição dessas 50 pessoas e depositando nelas minha confiança”, declarou. Mas caso não haja consenso, ou os integrantes do grupo não cheguem a uma decisão “amplamente apoiada”, o dinheiro volta para a herdeira.

Não se sabe ainda o quanto está sendo doado. A equipe de Marlene disse que ela está retendo parte do dinheiro para “algum tipo de proteção financeira”. Ainda assim, mesmo antes da morte da avó, ela já havia declarado que queria distribuir cerca de 90% da sua herança milionária.

“Se os políticos não fizerem o seu trabalho e não redistribuírem, então eu mesma terei de redistribuir a minha riqueza (…) Muitas pessoas lutam para sobreviver com um emprego a tempo inteiro e pagam impostos sobre cada euro que ganham com o trabalho. Vejo isto como um fracasso da política e, se a política falhar, os próprios cidadãos terão de lidar com isso.”

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