Polícia

 Bolsonarista que derrubou relógio de Dom João VI segue preso

O rosto de Antônio Cláudio Alves Ferreira ficou conhecido nacionalmente após aparecer nas imagens de uma câmera de segurança do Palácio do Planalto quebrando um relógio do século XVII, durante os atos de terroristas de 8 de janeiro. 

Um ano após dos ataques antidemocráticos, Antônio segue preso no Presídio de Uberlândia I, antiga Colônia Penal Professor Jacy de Assis, e responde ação penal por 5 crimes, incluindo golpe de estado.

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que a ação penal que Antônio responde está em segredo de justiça.

Contudo, informaram, também, que a ação provém de uma denúncia por crimes previstos no Código Penal, são eles:

  • Organização criminosa (artigo 288, parágrafo único);
  • Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais (artigo 359-L);
  • Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído (artigo 359-M);
  • Dano qualificado, com violência à pessoa ou grave ameaça, com emprego de substâncias, contra o patrimônio da União, por motivo egoístico e/ou com prejuízo considerável à vítima (artigo 163, parágrafo único, I, II, III e IV);
  • Destruir, inutilizar ou deteriorar bem protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial (artigo 62, I, da Lei 9.605/1998).

Antônio Cláudio passa os dias sozinho em uma cela. Diariamente, ele tem direito a quatro refeições: café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Perguntada sobre o motivo de o detento não ter a companhia de mais presos, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou não dispor desta informação.

Além da alimentação, o investigado também tem direito a banho de sol diário e visitas, garantias de todos os detentos do local.

Antônio Cláudio foi preso na tarde do dia 23 de janeiro, em Uberlândia, e levado até a delegacia da Polícia Federal. Lá, ficou por algumas horas até ser levado para o presídio.

Durante o depoimento para a PF, ele decidiu ficar em silêncio. Antônio Cláudio é de Catalão (GO) e ficou foragido do dia dos ataques até a prisão. Uma câmera de segurança flagrou o carro do suspeito rodando pela cidade goiana 10 dias após os atos terroristas.

Antônio Cláudio foi detido no Bairro Saraiva, região que fica cerca de 3,5 quilômetros da sede da Polícia Federal em Uberlândia. Segundo a polícia, o bolsonarista não resistiu à prisão e ficou durante horas no local. Após a audiência de custódia virtual ele foi levado para o presídio.

O relógio foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Balthazar Martinot era o relojoeiro do rei francês Luís XIV.

Antônio Cláudio Alves Ferreira teve três processos criminais na Justiça de Catalão e já foi preso duas vezes. Todos os processos estão arquivados atualmente porque ele cumpriu as sentenças.

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