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Bolsonaristas espalham terror no centro de Brasília, queimaram 8 carros e 5 ônibus e depredaram delegacia

Após a prisão de um líder indígena ligado ao movimento bolsonarista, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, na noite desta segunda-feira, 12. O grupo ateou fogo em veículos e também confrontou policiais, que tentaram dissipar os manifestantes com balas de borracha e gás lacrimogêneo. 

Com integrantes vestidos com camiseta da Seleção Brasileira, o grupo danificou dezenas de carros que estavam estacionados nos arredores do prédio da corporação. Alguns, inclusive, chegaram a ser incendiados. Um ônibus com motorista dentro chegou a ser incendiado. Por sorte, ele conseguiu descer antes de o veículo ser totalmente consumido pelo fogo. Pelo menos cinco ônibus foram incendiados.

Carro é incendiado em frente a posto de gasolina na noite desta segunda-feira (12), em Brasília. — Foto: Adriano Machado/Reuters

Alguns bolsonaristas justificaram o ato alegando que agentes da PF “prenderam injustamente um indígena”, que é o Cacique Tserere, um líder de um grupo indígena Xavante apoiador de Bolsonaro. Bastante conhecido entre aqueles que estão há dias no QG do Exército pedindo intervenção militar, ele faz os discursos mais inflamados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A prisão do indígena José Acácio Serere Xavante foi realizada pela PF, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o STF, a prisão temporária, por dez dias, foi determinada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por indícios de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

De acordo com a PF, Xavante realizou manifestações no Congresso Nacional, Aeroporto Internacional de Brasília, onde invadiu a área de embarque, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está hospedado.

Policial reage contra bolsonaristas radicais que tentaram invadir prédio da PF em Brasília, na noite desta segunda-feira (12). — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Vídeos mostraram alguns dos manifestantes armados com pedaços de paus correndo em direção à sede da Polícia Federal. Um homem dizia que ônibus com mais bolsonaristas chegariam para reforçar o ato antidemocrático. Um deles, muito exaltado, gritava: “Eu posso morrer aqui hoje, não tem problema, não”. A reportagem flagrou manifestantes jogando pedras em viaturas e policiais.

Diante do clima tenso, a corporação pediu reforço, a fim de impedir a destruição do prédio. A Polícia Militar do DF (PMDF) usou spray de pimenta e bombas de gás para espantar o grupo. Com o conflito, os arredores da PF aparentavam clima de batalha, com pedaços de paus e pedras espalhados por todos os lados. Por conta do cenário de guerra, a W3 Norte precisou ser fechada na altura do Brasília Shopping. O centro comercial, inclusive, precisou ser evacuado em função do ambiente hostil.

Bombeiros trabalham no combate às chamas de carro incendiado em Brasília, na noite desta segunda-feira (12). — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Apesar de inúmeras imagens flagrando criminosos depredando equipamentos públicos e privados a PMDF não informou se alguém havia sido preso durante os atos de violência que aterrorizaram quem passava pela região central da cidade.

Ônibus incêndiado em frente ao 5º DF de Brasília – Foto: Marlene Veloso – metropóles

Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, prometeu “reavaliar a questão da manutenção do acampamento” bolsonarista instalado em frente ao QG do Exército, pois segundo ele, parte dos vândalos faz vigília no QG.

Ônibus incendiado em ato de vandalismo deflagrado por bolsonaristas no centro de Brasília, na segunda-feira (12) — Foto: Marcos dos Reis/TV Globo.
Vidros da 5ª Delegacia de Polícia foram quebrados durante atos de vandalismo, nesta segunda-feira (12) — Foto: Reprodução

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