Bolsonaro questiona tese de obstrução de investigações por Braga Neto
Crédito: EFE/Andre Borges/Arquivo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou, neste sábado (14), a tese de obstrução que levou à prisão do general Walter Braga Netto, ministro da Casa Civil e da Defesa em seu governo.
Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro reagiu à conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) e questionou a necessidade da prisão preventiva do militar, detido em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã deste sábado.
“Há mais de 10 dias o ‘Inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, escreveu o ex-presidente no X (antigo Twitter). A publicação foi respostada no Instagram.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do ex-ministro Braga Netto por considerar que dados trazidos pela PF revelam a “efetiva ação” do general para “obstruir as investigações em curso, mediante obtenção de dados sigilosos em âmbito de acordo de colaboração premiada” do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa.
O pedido de prisão de Braga Netto traz outras informações da investigação, como uma reunião na casa de Braga Netto para discutir planos do golpe, apoio financeiro por parte do militar para uma tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.
Repercussão
Além de Bolsonaro, outras pessoas também criticaram a prisão de Braga Netto. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente entre 2019 e 2022, disse que a prisão representa um “atropelo” das leis.
“O general Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido”, postou Mourão, que também é general da reserva, no X (antigo Twitter).
A deputada Bia Kicis (PL-DF), líder da minoria na Câmara, afirmou que não há nada que comprove que houve uma tentativa de golpe de Estado no país.
“Aquelas 800 e tantas páginas que colocaram de relatório, eu vi alguns trechos, umas pessoas que leram, advogados que leram bastante, disseram que é tudo baseado em fantasias. Não tem nada de concreto, e se tivesse mesmo história de golpe, isso teria acontecido quando o presidente Bolsonaro era o chefe supremo das Forças Armadas”, disse Kicis sobre o relatório da PF.