Brasil deve bater recorde de venda de diesel no 2º semestre
Produção agrícola aumenta a demanda pelo combustível nos próximos meses; com isso, risco de escassez preocupa
O Brasil deverá alcançar marca histórica na venda de diesel no segundo semestre de 2022, de acordo com levantamento da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Em nota, a Petrobras confirmou a tendência e afirmou que o mercado interno deve superar o resultado de consumo de óleo diesel do ano passado.
De acordo com a projeção da EPE, a venda de diesel em 2022 será 0,8% do que no ano passado e deve atingir 62,6 bilhões de litros, ante 62,1 bilhões em 2021.
Para o ano que vem, a projeção é ainda maior e chega no valor de 63,5 bilhões de litros, o que representaria uma nova marca e aumento de 1,4% em relação este ano.
No primeiro trimestre do ano, já houve um recorde na produção do combustível, devido à retomada da atividade econômica, conforme explica o economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Raphael Souza. “No primeiro trimestre a gente teve uma produção recorde e isso está muito alinhado com a atividade economia, porque no primeiro trimestre surpreendeu para cima, mesmo com as dificuldades enfrentadas”, afirma Souza.
Para ele, o resultado vai depender se a economia mantiver o ritmo. “Mesmo com as dificuldades observadas, como o choque de oferta por conta da crise da guerra, a gente entende que a demanda por diesel vai acompanhar também. Existe, ainda, a produção agrícola que afeta bastante a demanda pelo combustível”, acrescenta o economista.
A produção agrícola brasileira na safra de 2021/2022 deve subir 5,7% em relação ao do último biênio, devido ao aumento à dinâmica favorável das exportações e ao clima da região Centro-Oeste. Esse aumento, como explica Souza, faz com que a demanda por diesel cresça, já que é um combustível fundamental na produção e no escoamento dos produtos, realizado majoritariamente por caminhões.
Porém, essa forte demanda acontece em um momento de baixa oferta mundial de diesel, sobretudo pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que é um dos principais produtores desse combustível.
Fonte: R7