Braskem dispara com notícias sobre interesse de petrolífera dos Emirados; Novonor nega oferta
As ações da Braskem chegaram a disparar mais de 40% nesta sexta-feira, renovando máximas no ano, após notícias de que a petrolífera Adnoc, dos Emirados Árabes Unidos, estaria se unindo à gestora Apollo para fazer uma oferta pela petroquímica brasileira.
Após questionamento da Braskem, contudo, a Novonor, antiga Odebrecht, disse que não recebeu qualquer proposta de potenciais interessados em sua participação de controle na maior petroquímica do Brasil.
“A Novonor informa que, desde nossas últimas manifestações e até o presente momento, não recebeu qualquer proposta de potenciais interessados que implique em evolução material ou vinculante nas discussões aos cinco bancos detentores da alienação fiduciária de sua participação indireta na Braskem.”
Os papéis da Braskem já haviam desacelerado os ganhos antes do comunicado divulgado pela petroquímica e pouco mudaram após o anúncio, fechando o dia em alta de 23,62%, a 23,76 reais. Na máxima, chegaram a 27,2 reais, um salto de 41,5%.
O Ibovespa encerrou a sexta-feira com um acréscimo de 2,91%.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, publicada no começo da tarde, a estatal Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc) prepara, em parceria com gestora norte-americana Apollo uma oferta de compra do controle da Braskem por até 37,5 bilhões de reais.
A Folha diz que ficou definido que a Adnoc exercerá o controle e, para isso, quer pagar prêmio de 135% sobre o valor das ações, isso resultaria em 47 reais por ação.
O colunista Lauro Jardim, de O Globo, em nota publicada por volta do meio-dia, disse que as linhas gerais da proposta foram mostradas nesta sexta-feira em apresentação aos bancos credores da Novonor, antiga Odebrecht, e que têm ações da Braskem como garantia.
De acordo com o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, a incerteza sobre o controle acionário da Braskem e seu endividamento se tornaram fatores de grande pressão para o ativo em bolsa nos últimos anos, além de seu baixo desempenho operacional.
“Portanto, assim como em ocasiões passadas, a especulação sobre uma proposta de compra é capaz de explicar o impulso das ações”, afirmou.
Novaes acrescentou que o valor em que a proposta deve sair, segundo as especulações, é muito superior ao valor de mercado da Braskem e serviria para reduzir significativamente a alavancagem da Novonor e esses dois fatores amplificam o movimento de alta.
“A proposta contando com a participação de uma grande petrolífera do mundo também pode ser visto como positivo. Em razão dessas pressões recentes da Braskem, houve uma reversão do movimento de alta depois que a proposta não se confirmou, assim, é arriscado contar apenas com as especulações.”
A Braskem também divulga na segunda-feira, após o fechamento do mercado, seu balanço do primeiro trimestre.
A Novonor tem 50,1% do capital votante da Braskem e a Petrobras outros 47%. No mês passado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou à Bloomberg que a estatal poderia ampliar a participação na Braskem. Dias depois, a Petrobras disse que não houve mudanças em seu plano de venda de sua fatia na Braskem.