Caças venezuelanos sobrevoam navio americano no Caribe

Contratorpedeiro de mísseis guiados USS Sampson DDG-102 da Marinha dos EUA ancorado no Canal do Panamá – Foto: Reprodução/Reuters
Dois caças venezuelanos armados sobrevoaram o destróier norte-americano USS Jason Dunham nesta quinta-feira (4), segundo a imprensa americana. As informações foram confirmadas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que classificou a ação como “altamente provocativa”.
Em um comunicado divulgado no X, o Pentágono afirmou que o movimento foi visto como “altamente provocativo” com o objetivo de interferir nas ações de combate ao narcoterrorismo.
O Departamento de Defesa afirmou que a Venezuela está “fortemente aconselhada a não prosseguir com qualquer esforço adicional para obstruir, dissuadir ou interferir nas operações antinarcóticos e antiterrorismo realizadas pelas Forças Armadas dos EUA”.
A embarcação americana está no sul do Caribe em uma operação contra o tráfico internacional de drogas. Há outros navios dos EUA na região, além de um submarino nuclear. Especialistas acreditam que os militares também podem mirar a Venezuela em breve.
A imprensa americana informou que o Pentágono classificou a ação como uma tentativa de “demonstração de força” da Venezuela. O destróier dos EUA não reagiu ao sobrevoo, que foi feito com caças F-16.
Em comunicado, o Departamento de Defesa disse que o sobrevoo venezuelano foi feito com a intenção de interferir nas operações dos EUA contra o narcoterrorismo.
“O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não tentar, de nenhuma forma, obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelas forças militares dos Estados Unidos”, publicou.
Nesta semana, militares americanos mataram 11 pessoas a bordo de um navio da Venezuela no Caribe que, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, transportava narcóticos ilegais e pertencia ao cartel Tren de Araguua, que ele designou como “organização terrorista”.
A tensão entre Washington e Caracas aumentou recentemente após os EUA anunciarem uma recompensa de US$50 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, que, desde 2020, enfrenta acusações formais por narcotráfico no sistema judicial norte-americano.
No início desta semana, Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja agredida pelos Estados Unidos. Ele chamou o envio das embarcações americanas à região de “a maior ameaça à América Latina do último século” e afirmou que a Venezuela não se curvará.
“Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, declarou.
Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:
- Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
- A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
- Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
- A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar “toda a força” contra Maduro.
- O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
- Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque.