Preço da carne bovina dispara nos EUA e vai a R$ 150 o quilo

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O preço do quilo da carne bovina dispara nos Estados Unidos, o valo médio em julho chega R$ 150, equivalente a pouco mais de US$ 27. O aumento foi de 3,3% em um mês e de 9% em seis meses, segundo levantamento oficial de inflação.
As principais causas são as variações climáticas e as tarifas comerciais aplicadas pelos Estados Unidos contra o Brasil, o que elevou o custo da importação de carne brasileira para os americanos.
O impacto também atingiu a carne moída, base para hambúrgueres. O preço médio subiu 3,9% em julho e acumula alta de 15,3% no semestre, alcançando cerca de R$ 75 o quilo. A tendência preocupa especialistas, que apontam para uma oferta cada vez mais apertada no mercado interno.
Por que a carne está tão cara nos EUA?
O clima adverso é o primeiro fator. Nos últimos anos, as mudanças climáticas reduziram o número de animais nos pastos e afetaram a produtividade. Em 12 de agosto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) voltou a cortar a estimativa para a produção doméstica.
A previsão é de 25,9 bilhões de libras em 2025, volume 4% menor do que o esperado no início do ano. O relatório mais recente do órgão afirma: “A produção de carne bovina foi reduzida devido à redução do abate de bovinos alimentados e não alimentados e aos animais que têm registrado peso menor.”
Outro ponto central é a política comercial. O tarifaço aplicado ao Brasil reduziu a expectativa de importações de carne pelos EUA em quase 2% apenas em julho. Para 2026, o corte previsto é de 7,5%, o que representa 180 mil toneladas a menos no mercado americano. “As importações de carne bovina para 2025 são reduzidas para refletir os dados comerciais reportados durante o primeiro semestre do ano, bem como a redução dos embarques devido a tarifas mais altas, principalmente do Brasil. A redução também ocorre em 2026”, cita o relatório do USDA.
A crise se agravou ainda mais com a decisão de manter restrições ao gado vindo do México. A medida foi tomada por causa da ocorrência da NWS (New World Screwworm), conhecida no Brasil como “bicheira do Novo Mundo”. A praga pode matar bois, atingir aves e, em raros casos, até infectar pessoas.
O bloqueio foi anunciado em maio e segue sem previsão de reversão. Na semana passada, o USDA informou que prepara um plano de médio e longo prazo, que inclui a construção de uma fábrica de moscas estéreis no Texas para tentar conter a doença em território mexicano.