Polícia

Casal de pastores dono de clínicas clandestinas é indiciado por crimes contra 73 pacientes

Além de Angelo Mário e Suelen Amaral, outras quatro pessoas também foram indiciadas. Investigação mostrou que pacientes resgatados têm entre 14 e 96 anos.

O casal de postores Angelo Mário Klaus e Suelen Amaral Klaus foi indiciado junto por tortura, sequestro e cárcere privado contra 73 pacientes de duas clínicas clandestinas que eles eram donos em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Os dois estão presos e, além deles, outras quatro pessoas foram indiciadas e também estão presas.

O advogado do casal disse que não vai se manifestar, por enquanto. A reportagem não localizou a defesa dos demais indiciados até a última atualização deste texto.

O inquérito policial finalizado pelo delegado Manoel Vanderic no início deste mês detalhou que os pacientes tinham entre 14 e 96 anos. Segundo a Polícia Civil (PC), entre os resgatados, estavam pacientes com deficiências diversas e dependentes quimicos, internados contra a vontade.

A polícia apurou que os pacientes eram privados de liberdade, mantidos em espaços pequenos e insalubres. As famílias pagavam mensalidades de um salário até R$ 2,5 mil. Além disso, os depoimentos das vítimas indicaram que elas eram agredidas e sofriam violências físicas e mentais.

As clínicas funcionam sem alvarás e licenças, conforme a investigação. À polícia, as vítimas contaram que Suelen e Angelo eram responsáveis pelo cárcere, medicação e contenção deles. Já os outros quatro indiciados as agrediram e torturaram.

A polícia chegou até uma das clínicas após um paciente de 96 anos ser internado no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Heana) com sinais de maus-tratos. No local, Suelen se apresentou como responsável da unidade e Angelo fugiu. Nesta clínica, foram resgatadas 43 pessoas.

Dias depois, a polícia recebeu a denúncia de outra clínica do casal e um funcionário, que estaria lá, fugiu. Na unidade, foram encontrados 30 internos, a maioria com deficiência intelectual severa, conforme detalhou a polícia.

Local onde internos foram encontrados em condições insalubres, em Anápolis, Goiás – Foto: Divulgação/Polícia Civil

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