Caso Vitória: suspeito preso pelo assassinato da jovem confessa ter agido sozinho

A polícia disse que Maicol tinha obsessão por Vitória e guardava fotos dela e de outras moças parecidas com ela – Foto: Reprodução/TV Globo
A polícia de São Paulo afirmou que A Polícia Civil paulista confirmou oficialmente que Maicol Antonio Sales dos Santos, de 23 anos, principal suspeito de ter matado a jovem Vitória Regina Souza, 17, confessou o crime, disse ter agido sozinho.
Maicol está preso desde o dia 8 de março. Ele era um dos três suspeitos de terem sequestrado e matado a adolescente Vitória Regina de Souza, de 17 anos. A polícia chegou a pedir a prisão dos outros dois, mas a Justiça negou.
No interrogatório de Maicol. Ele disse que teve um relacionamento com Vitória há cerca de um ano e meio e que ela teria ameaçado contar à mulher dele.
Na noite do crime, Maicol disse que foi esperar Vitória no ponto de ônibus, em Cajamar, na Grande São Paulo. Ela não estava mais lá, mas, segundo Maicol, os dois acabaram se encontrando quando ela já estava a pé, a caminho de casa. Segundo Maicol, Vitória concordou em entrar no carro dele. Maicol disse que pediu que ela não contasse nada à mulher dele e afirmou que, nesse momento, Vitória teria tentado agredi-lo. Ele conta que se exaltou, pegou uma faca que levava no carro e que atacou Vitória.
Após a constatar a morte, Maicol disse que entrou em desespero, levou o corpo de Vitória até a casa dele e o escondeu no porta-malas. Na sequência, ele teria seguido até um ponto próximo ao trevo de Jundiaí (SP), numa estrada pouco movimentada, onde despiu o corpo e enterrou a vítima em uma cova rasa, colocando duas pedras sobre o buraco. A faca usada no crime foi descartada em um rio da região e ainda não foi encontrada.
Maicol voltou para casa, tomou banho, deitou e não conseguiu dormir. No dia seguinte, ainda segundo a polícia, ele foi trabalhar normalmente. Ao fim do expediente, já em casa, reuniu objetos pessoais da vítima e ateou fogo em tudo. O que restou, colocou em um saco de lixo e descartou. O carro também foi lavado, assim como o porta-malas. Contudo, a perícia técnica da Polícia Civil identificou sangue no veículo.

Caso Vitória: homem preso pelo assassinato da jovem confessa ter agido sozinho – Foto: Reprodução/TV Globo
No depoimento de segunda-feira (17), Maicol disse que deixou o corpo de Vitória em um ponto diferente de onde ele foi encontrado. Os investigadores acreditam que Maicol tenha se confundido porque estava emocionalmente alterado. A perícia deve esclarecer essa contradição.
Vitória desapareceu na noite de 26 de fevereiro, quando voltava para casa depois do trabalho. O corpo dela foi encontrado seis dias depois em uma área de mata em Cajamar.
A polícia disse que não há provas de que Maicol e Vitória tenham tido um relacionamento. O chefe das delegacias da Região Metropolitana de São Paulo afirmou que Maicol perseguia Vitória e que agiu sozinho.
“Fica claro que somente ele participou desse crime. Primeiro porque ele já vinha perseguindo. Isso é o que já há muito tempo ele vinha perseguido a vítima, mas a prova cabal ontem à noite ele quis confessar o crime. E fica muito claro que ele era obcecado pela vítima”, afirma Luiz Carlos do Carmo, diretor Demacro.
O laudo do Instituto Médico-Legal indicou que Vitória morreu por hemorragia. O corpo dela apresentava três perfurações – no rosto, no pescoço e no tórax – provocadas por um objeto cortante. Não havia sinais de tortura e nem de crime sexual.
A polícia disse que Maicol tinha obsessão por Vitória e guardava fotos dela e de outras moças parecidas com ela.
“Dentro do celular dele havia muitas fotos de meninas jovens muito parecidas. Ele comentou que era apaixonado por ela”, diz Luiz Carlos do Carmo, diretor Demacro.
Polícia diz que está certa que suspeito preso cometeu o crime
Polícia disse que não tem dúvidas de que Maicol foi autor do crime. Ainda não tem, no entanto, resposta sobre uma terceira perfuração na jovem e a ausência de cabelo em sua cabeça. A polícia aguarda resultados de mais laudos técnicos e diligências para finalizar o inquérito.
Ainda em seu depoimento à polícia, Maicol disse que agiu sozinho. Ele também negou a participação de grupos criminosos ou facção. Ele disse em sua confissão que havia se desentendido com a vítima pois havia trocado carinhos com ela há um ano e meio e Vitória estaria fazendo chantagens, afirmando que contaria tudo para a companheira do suspeito.
A versão é contestada pela polícia, que crê que o assassino confesso tinha obsessão pela jovem, inclusive a perseguindo em redes sociais e armazenando registros fotográficos diversos dela e de mulheres semelhantes a vítima.
“Ele já vinha perseguindo a vítima há muito tempo. E ontem à noite, ele quis confessar o crime. Fica muito claro que ele era obcecado pela vítima. Inclusive, nessa busca no celular, encontramos 50 fotos de pessoas com a mesma aparência jovem e física, muito parecidas com ela.” Luiz Carlos do Carmo, diretor do Demacro