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Ceratocone atinge 150 mil brasileiros por ano e é uma das principais causas de transplante de córnea

Campanha Junho Violeta alerta para as causas e consequências da doença

Aquela coçadinha frequente nos olhos até pode parecer inofensiva e trazer uma sensação momentânea de alívio, mas esconde um grande perigo: o ceratocone. O problema, que afeta a saúde ocular, pode ser agravado e até desencadeado por esse hábito. E mesmo podendo ser causado por algo tão simples, as consequências da doença podem ser graves. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), ela é responsável por 20% dos transplantes de córnea realizados no país.

Apesar de ser considerada uma doença rara, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o ceratocone atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil, podendo afetar os dois olhos de maneira diferente. Conforme avança, ele vai deixando a visão distorcida e embaçada, podendo progredir para uma grande perda visual. Também são sintomas comuns a sensibilidade à luz, a dificuldade para enxergar à noite e a formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto ou de halos ao redor das fontes de luz.

O especialista em oftalmologia pelo CBCO Hospital de Olhos, Dr. Ricardo Rezende, explica os efeitos da doença. “A espessura da córnea vai diminuindo e ficando pontiaguda, semelhante ao formato de um cone, daí o nome ceratocone”, diz o especialista. Segundo ele, o problema é genético, hereditário, costuma evoluir de forma lenta e dificilmente é notado pelo paciente logo de início, por isso, um check-up oftalmológico anual pode contribuir para um diagnóstico precoce e para a estabilização da doença.

O ceratocone não tem cura, mas os avanços tecnológicos permitiram a evolução dos tratamentos que podem reduzir os danos e proporcionar qualidade de vida para o paciente. A metodologia adequada vai depender do quadro clínico de cada um, mas pode envolver desde o uso de óculos para os casos mais simples, lentes de contato , anel intraestromal, crosslinking( enrijecimento da córnea)que são cirurgias menos invasivas que o transplante de córnea, recomendado apenas para os quadros muito avançados, onde não se consegue reestabelecer a melhora visual.A fim de conscientizar as pessoas sobre a doença, esse mês é realizada nacionalmente a campanha ‘Junho Violeta’.

Fonte: Suely Carvalho

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