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China anunciou aumento de 125% para produtos importados dos EUA

O presidente da China, Xi Jinping, pediu que a União Europeia se junte a Pequim na oposição à ‘intimidação’ dos EUA – Foto: Divulgação

País asiático anunciou aumento das taxas na sexta-feira (11), após a decisão norte-americana de subir as tarifas contra Pequim a 145%.

Após a decisão dos EUA de aumentar as “tarifas recíprocas” sobre as importações chinesas para 125%, totalizando 145% com as barreiras de 20% iniciais impostos pelo presidente Donald Trump.

As tarifas de 125% da China contra importados dos Estados Unidos passam a valer a partir deste sábado (12), em uma nova escalada das tensões entre as duas maiores economias do globo.

Esse é mais um ponto na escalada da guerra comercial com os Estados Unidos após o anúncio de tarifas globais feito por Donald Trump na semana passada.

Após o anúncio, o dólar atingiu seu valor mais baixo em três anos nesta sexta-feira (11/4), em relação a uma cesta de moedas de seus principais parceiros comerciais, incluindo euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço.

Enquanto isso, o presidente americano Donald Trump publicou em sua rede social Truth Social que os EUA estão “se saindo muito bem em nossa política tarifária”.

Em anúncio, a Comissão de Tarifas Alfandegárias do Conselho de Estado chinês disse que a imposição pelos EUA de tarifas excessivamente altas viola as regras econômicas e comerciais internacionais e vai contra as leis econômicas básicas e o senso comum.

Pequim ainda classificou a medida como “intimidação e coerção unilateral”.

O porta-voz da embaixada chinesa nos EUA, Liu Pengyu, ainda escreveu no X que a “China nunca se curvará à pressão máxima dos EUA”  e que o país norte-americano deve mudar sua atitude.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo tem gerado tensões nos mercados globais, que oscilam em meio às incertezas das consequências que as tarifas e eventuais retaliações adicionais podem causar.

Apesar dos sinais de Wall Street, Trump mantém a posição. Segundo ele, política tarifária está indo muito bem.

Ainda nesta sexta, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o republicano estava otimista sobre a possibilidade de chegar a um acordo comercial com a China.

“O presidente deixou bem claro que está aberto a um acordo com a China […] Se a China continuar retaliando, isso não será bom para ela”, disse Leavitt.

Até onde vai a guerra comercial?

O aumento das taxas neste sábado marca um novo capítulo da novela de ataques e resposta entre Pequim e Washington.

Ao ponderar sobre o quanto mais cada lado poderia aguentar nessa escalada, Bruna Allemann, head da mesa Internacional da Nomos, avalia que a China ainda tem mais fôlego para continuar dando braçadas do que os EUA.

“O ponto que Trump precisa perceber é que a China se preparou muito mais tempo para poder continuar essa guerra comercial. Ela é dona dos principais fatores de produção, das principais manufaturas e das principais fábricas. O mundo hoje depende muito da China”, apontou Allemann ao CNN Money.

Economistas ouvidos pela CNN ressaltaram que o cenário já não é mais sustentável e, inclusive, racional.

Questionado sobre até onde a China e os EUA vão com essa escalada da guerra comercial, Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central (BC) para Assuntos Internacionais, afirma que daqui para frente tudo é imprevisível.

“[Trump] colocou a tarifa em 125%, a partir daí ele pode colocar o número que quiser. A coisa já saiu do terreno da racionalidade e está no bullying puro simples. […] Economicamente, os dois estão se fazendo um dano gigantesco, não tem muita noção”, avalia Schwartsman.

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