Chuva deixa 12 mortos no Rio de Janeiro e no Espírito Santo
As chuvas intensas que atingem a região Sudeste desde sexta-feira (22) causaram oito mortes no Rio de Janeiro e quatro no Espírito Santo.
O cenário mais crítico é em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, onde choveu mais de 340 mm desde sexta. É um volume muito grande em pouco tempo. A média na cidade para todo o mês de março é de 250 mm.
A chuva concentrada deixa o solo instável e provoca deslizamentos. A Defesa Civil informou a ocorrência de 238 deslizamentos na cidade.
Um deles destruiu a casa de uma família e deixou quatro mortos. Uma menina de quatro anos foi resgatada viva após 15 horas sob os escombros. Ayla perdeu os pais, o irmão e a avó. O resgate emocionou os bombeiros e moradores. A menina está fora de perigo.
Ela estava abraçada ao pai, que foi retirado sem vida. Douglas José de Souza tinha 24 anos. Ele usou o corpo como escudo para protegê-la.
Resgatada dos escombros, Ayla perdeu mãe, pai, irmão e avó – Foto: Reprodução; Arquivo pessoal
Mais mortes no RJ
Em Teresópolis, uma criança de 8 anos e um adolescente de 14 morreram após três casas caírem numa. Em Arraial do Cabo, um homem morreu atingido por um raio. Em Duque de Caxias, um motorista morreu depois que o caminhão que ele dirigia capotou na pista molhada e caiu em um córrego.
A chuva é causada por uma frente fria que chegou da região Sul e pôs fim à onda de calor que atuou na região na semana passada. Agora, essa frente fria está estacionada entre o norte do RJ e o sul do ES.
A chuva deve continuar neste domingo (24). Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ainda há risco alto de enchentes, enxurradas e deslizamentos.
Os municípios mais suscetíveis a deslizamentos são Petrópolis e Teresópolis, no RJ, e Bom Jesus do Norte, no Espírito Santo. Na cidade do Rio, pode chover a qualquer hora do dia.
Espírito Santo
No Espírito Santo, a chuva causou enchentes na cidade de Mimoso do Sul. Há quatro mortos e sete desaparecidos, segundo a Defesa Civil.
Em algumas casas, a água chegou ao segundo andar. Moradores foram para o telhado para escapar da enchente. Os bombeiros vão passar o fim de semana trabalhando para retirar moradores que estão em regiões isoladas.
O governador Renato Casagrande disse que a situação é caótica na cidade. “Tem muita gente ainda no terraço das casas, no segundo andar, que ainda não conseguiram sair, estão sem alimentação, sem água. Então, fazer chegar alimentação e água para essas pessoas onde elas estão.”
Ao todo, 1.200 pessoas estão desalojadas no estado (mil em Mimoso e 200 em Guaçuí). Treze cidades estão em emergência.
Em nove municípios, o volume de chuva passou de 100 milímetros em 24 horas. Em Bom Jesus do Norte, chegou a 302 milímetros. Em Mimoso do Sul, foi de 231,8 milímetros.
Fonte: g1