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Chuva intensa provoca alagamentos em cidades do Rio de Janeiro

Chuva neste sábado (5) em Petrópolis – Foto: Arquivo pessoal

A chuva forte, que vem atingindo diversas cidades do estado do Rio, desde ontem a tarde, provocou alagamentos, destruição e deixou centenas de desabrigados. No litoral sul, a prefeitura de Angra dos Reis decretou situação de emergência.

Os rios subiram rápido em Angra dos Reis (RJ). Houve mais de 15 deslizamentos de terra.

Moradores começaram a receber alertas pelo celular de madrugada, e sirenes de emergência soaram em 46 bairros.

O Parque Mambucaba foi o bairro mais atingido. As famílias só conseguiram sair de casa em botes.

Adonias da Silva Dionísio, designer gráfico, relatou: “Chegou o segundo piso da casa, perdemos tudo, tudo, tudo. Aí ficamos guardando a Defesa Civil ir lá nos retirar só. Como meu vizinho voltou, eles já tinham ido embora. Eles não retiraram ninguém, só foram lá e avisaram. Aí o que acontece? Como meu vizinho tem o barco, ele foi retirando os moradores aos poucos, entendeu?”

Outro morador comentou: “A gente corre atrás e conquista de novo, é complicado para a gente, pra gente reconquistar. Eu estou começando a vida agora na realidade, eu consegui algumas coisas. E a enchente levar tudo. Eu escondi a minha moto, o mais longe possível. E quando eu passei, estava a ‘x’ centímetros de água para cima da moto. Eu só agradeço a Deus por estar a minha família bem, a gente ter saúde mais. Essa é a realidade.”

Um pescador voluntário que ajudava a atravessar as pessoas disse: “A situação tá crítica lá, moça, muita gente, muita gente em estado de calamidade.”

Neste bairro onde a situação é mais crítica, para chegar até o ponto de apoio que está recebendo a população é necessário vir de bote. O transporte dos moradores está sendo feito por voluntários. Em todo o município, mais de quatrocentas pessoas estão desalojadas.

Deslizamentos interditaram vários trechos da rodovia Rio-Santos. O governo do Rio mantém quatrocentos e setenta pontos de monitoramento em todo o estado.

Em coletiva, o governador Castro afirmou: “Solo está muito encharcado, por isso estágio de atenção total. Ainda que a chuva passe, já não precisa mais de um volume grande de chuva pra qualquer deslizamento. Assim que a chuva baixar e o risco cessar, começa o processo de limpeza das cidades.”

Na capital, uma escadaria cedeu e atingiu uma casa. Ninguém se feriu. Várias árvores tombaram. Uma delas bloqueou um acesso ao túnel Rebouças, um dos mais movimentados do Rio. A árvore atingiu dois carros e feriu um motociclista. Ruas de bairros das zonas norte e oeste alagaram.

A chuva também inundou parte de Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A água desceu com força e invadiu casas.

Na região serrana, a chuva não para. O estacionamento de um shopping em Itaipava desapareceu no alagamento. Sirenes soaram em Petrópolis avisando aos moradores para deixarem as áreas de risco. Os rios Quitandinha e Piabanha transbordaram. Houve deslizamentos de terra em encostas. A enchente afetou a circulação de mais de cem linhas de ônibus e prejudicou o abastecimento de água. Vinte e cinco mil residências estão em área de risco.

Na Rodovia RJ-116, Km 49 houve deslizamento de terra, na região Serrana – Foto: Rhayssa Motta

Teve chuva forte também no litoral norte de São Paulo. A rodovia dos Tamoios, a principal ligação do interior com a região, foi interditada preventivamente. O trânsito foi desviado para a pista nova da serra e seguiu num esquema siga-e-pare.

Em Ubatuba, o rio Angelim transbordou. O Corpo de Bombeiros resgatou moradores em botes. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais manteve o risco de alagamentos e deslizamentos nas cidades do litoral norte de São Paulo.

No sul do Espírito Santo, uma enxurrada atingiu o município de Castelo. A força da correnteza arrastou pedras e invadiu uma igreja ontem à noite.

Neste sábado (5), moradores se reuniram para limpar o local e retirar a lama. Na cidade de Alegre, ruas também ficaram alagadas. A Defesa Civil do Espírito Santo não registrou desabrigados ou desalojados no estado.

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