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Cidade histórica do Havaí vira cinzas após ser varrida pelo fogo

Incêndios florestais alimentados por ventos com força de furacão arrasam várias localidades do Havaí, deixando pelo menos seis mortos. O número de vítimas deve aumentar. Centenas de pessoas foram evacuadas, milhares de turistas ficaram presos no aeroporto e também houve operações de resgate no mar.

“Sofremos uma catástrofe terrível”, disse, em nota, o governador do Havaí, Josh Green, acrescentando que as chamas afetam Mauí e a Ilha Grande, no arquipélago norte-americano. “Foi confirmado que tivemos seis vítimas fatais e ainda continuamos as operações de busca e resgate, por isso não sabemos o que acontecerá com esse número”, disse o prefeito de Mauí, Mitch Roth, em coletiva de imprensa.

O estado de emergência foi anunciado, disse vice-governadora do estado insular, Sylvia Luke, com os hospitais da ilha de Mauí “saturados com pacientes por queimaduras e pessoas afetadas por inalar fumaça”. “A linha de emergência não funciona, o serviço de celular não funciona, os telefones não funcionam”, acrescentou. Mais de 14 mil casas estão incomunicáveis, informou a poweroutage.us.

Lahaina, uma cidade de aproximadamente 12 mil habitantes no noroeste de Mauí, foi a mais afetada. “Ficou destruída e centenas de famílias foram retiradas”, disse. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram as chamas destruindo esta cidade turística, densas colunas de fumaça tingindo o céu de preto e várias embarcações da marina de Lahaina também em chamas.

Habitantes da região pularam na água “para evitar o fogo”, disse mais cedo o major-general do Exército americano, Kenneth Hara, à rede Hawaii News Now. Pelo menos 12 pessoas foram resgatadas do mar pela Guarda Costeira. “Foi terrível”, disse à CNN Claire Kent, moradora de Lahaina.

Kent explicou que várias regiões de Mauí, como Lahaina, ficaram sem eletricidade na madrugada, por isso os vizinhos não tinham notícias sobre o avanço do fogo. “Tudo foi de boca a boca, as pessoas corriam pela rua dizendo ‘tem que sair!’. Havia pessoas em bicicletas gritando para que as pessoas fossem embora”. Kent deixou sua casa, que foi destruída pelo incêndio, às pressas. “Não conseguia acreditar nisso”, disse.

“As chamas avançaram até o final do bairro”. “Nós nos jogamos na estrada. Olhava para trás e havia chamas dos dois lados da rodovia, com pessoas presas no congestionamento e tentando sair nas duas direções. Parecia uma cena tirada de um filme de terror”. “Tenho certeza de que houve pessoas que não conseguiram sair”.

Kent disse que tanto pessoas em situação de rua como gente que nadou para se distanciar do fogo podem ter ficado presas. “Não acredito que alguém estivesse preparado para a força que os ventos alcançaram”.

Muitas pessoas que tentavam dirigir para um local seguro foram prejudicadas por longos atrasos no trânsito, fechamento de estradas e acesso limitado ao combustível depois que os postos foram forçados a fechar. O incêndio atingiu lojas e comércios na Front Street, a principal via do Centro de Lahaina, que tem população de 12.000 pessoas. A Guarda Costeira respondeu a chamados por pessoas que se jogaram ao mar para escapar das chamas que avançavam até a praia.

“A Guarda Costeira tem respondido às áreas impactadas onde os residentes estão entrando no oceano devido às condições de fumaça e incêndio”, disse o condado de Maui em um comunicado público. “Indivíduos foram transportados pela Guarda Costeira para áreas seguras”, diz o texto.

Os bombeiros foram prejudicados pelos fortes ventos, que, segundo as autoridades, “tornaram impossível fornecer apoio de aeronaves para seus esforços de conter as chamas”. Os ventos impediram ainda os helicópteros de despejar água nos incêndios ou coletar mais informações sobre as chamas. Um bombeiro que trabalhava em West Maui foi levado a um hospital com inalação de fumaça e estava estável na terça-feira.

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