ColunistasSuely Carvalho

Cigarros eletrônicos estão matando em média cerca de 400 pessoas por dia no Brasil

Ele surgiu com a falsa idéia de uma solução para o tabagismo mas a realidade é totalmente contrária.

Segundo informou a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo, estima-se que o País já conte com dois milhões de usuários de cigarros eletrônicos. A maioria dos consumidores tem entre 15 e 24 anos. Um a cada cinco jovens brasileiros consome cigarros eletrônicos, como mostrou recentemente uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

O consumo de vape vem aumentando no país a cada dia mais , pois o produto é facilmente comprado pela internet. “Ele tem um apelo de que seria menos prejudicial, tem sabores, é feito para atrair o público jovem”, enfatiza a  presidente da SBPT, Margareth Dalcolmo.

No Brasil, cerca de 433 pessoas morrem por dia devido ao uso de vapes.

Os preços do produto também possuem um valor elevado. Os mais conhecidos estão na faixa de R$ 250, modelos de Pod System — entre R$ 70 à R$ 600. A maioria ficam numa média de R$ 200. Já os modelos de Pod descartável – Entre R$40 à R$150

O cigarro eletrônico, também conhecido como e-cig, é um dispositivo eletrônico que vaporiza uma solução líquida contendo nicotina e outros aditivos.

Apesar de ser proibida pela ANVISA a comercialização no Brasil, os dispositivos são facilmente encontrados.

Embora inicialmente tenha sido promovido como uma alternativa mais segura ao cigarro convencional, a evidência científica sugere que os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos são muito graves.

Eles são vendidos em diversas formas e tamanhos, incluindo os formatos que se assemelham a um cigarro convencional, bem como aqueles que se parecem com canetas e dispositivos USB.

O mecanismo de funcionamento de todos os cigarros eletrônicos é similar: uma bateria alimenta uma resistência que aquece a solução líquida, gerando vapor que é inalado pelo usuário.

Embora o vapor produzido pelos cigarros eletrônicos possa parecer menos prejudicial do que a fumaça do tabaco convencional, ele ainda contém uma série de substâncias tóxicas e carcinogênicas. O líquido contém não apenas nicotina, mas também propilenoglicol e glicerol, que podem ser inalados e prejudicar os pulmões e vias aéreas.

Um dos argumentos comerciais para impulsionar as vendas do cigarro eletrônico é que seria um recurso para aqueles que desejam parar de fumar, mas que têm dificuldades de interromper o vício abruptamente. Porém, não é o que se tem notado na prática, pois alguns dos aditivos aromatizantes contém pirazina, uma substância que reduz os efeitos irritativos desagradáveis da tragada, dificultando ainda mais a cessação do tabagismo.

Além disso, os vapes são considerados uma “porta de entrada” para o vício do tabagismo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o uso desse dispositivo aumenta em três a quatro vezes a probabilidade de experimentar e usar o cigarro convencional. Ou seja, a realidade é justamente o oposto do que foi proposto.

Riscos do uso de cigarro eletrônico

O sabor adocicado do cigarro eletrônico engana muitas pessoas, que chegam a pensar que se trata de um hábito menos danoso do que o cigarro convencional. Mas, isso não é verdade! Aqueles que usam vapes estão mais predispostos a desenvolver diversos tipos de câncer (principalmente de pulmão, esôfago, estômago e bexiga), doenças pulmonares como o enfisema e doenças cardiovasculares.

Além disso, por suas partículas serem mais finas do que os cigarros manufaturados, elas podem alcançar estruturas mais profundas dos pulmões, como os alvéolos, e cair na circulação sistêmica, aumentando assim o risco de doenças cardiovasculares e óbito.

E todavia o uso do cigarro eletrônico por muitos anos predispõe o paciente a desenvolver enfisema pulmonar, uma doença degenerativa crônica que causa dificuldade respiratória e uma sensação de falta de ar que vai se tornando constante conforme a doença progride.

O uso prolongado de cigarros eletrônicos pode levar a doenças respiratórias, doenças cardiovasculares e problemas de saúde mental. Os cigarros eletrônicos também podem ser perigosos quando manuseados incorretamente, como o superaquecimento da bateria que pode levar a explosões e queimaduras.

E também podem ser especialmente prejudiciais para jovens e adolescentes, que estão em desenvolvimento e são mais vulneráveis ​​aos efeitos negativos do tabagismo.

O uso de cigarros eletrônicos pode levar ao vício em nicotina e aumentar o risco de futuros problemas de saúde relacionados ao tabagismo.

Portanto, é importante enfatizar que, embora os cigarros eletrônicos possam parecer uma alternativa menos prejudicial ao tabaco convencional, eles ainda apresentam riscos significativos à saúde.

Níveis de nicotina encontrados em usuários desse aparelho, também conhecido por “vape”, equivalem ao consumo de 20 cigarros convencionais por dia, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, que tem o Programa de Tratamento do Tabagismo.

O vape também atinge os fumantes passivos Já temos estudos mostrando que sim, especialmente em asmáticos que convivem com fumantes de cigarros eletrônicos.

Suely Carvalho

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