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Como a Rússia se apossou de centenas de aviões alugados em resposta a sanções do Ocidente

Aeronaves operavam voos para empresas russas e empresários do país e tiveram seus contratos cancelados; aviões não deixaram mais as fronteiras aéreas para evitar repatriação.

Ao menos 360 aeronaves de origem estrangeira foram registradas na Rússia desde o começo de março deste ano, apontou um balanço da consultoria especializada IBA.

A empresa, com sede no Reino Unido, estima também que a maior parte dos registros ficou concentrada entre 13 e 18 de março, quando o Ocidente apertou as sanções contra a Rússia.

O movimento veio em resposta aos bloqueios, e as aeronaves “tomadas” pela  Rússia operavam voos para empresas russas e empresários do país que tiveram seus contratos cancelados.

Os aviões, a maior parte deles registradas originalmente nas Bermudas, não deixaram mais as fronteiras aéreas da  Rùssia para evitar riscos de repatriação, apontou a consultoria.

Um Airbus A320-200 da companhia estatal russa Aeroflot decola no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, nos arredores de Moscou, na Rússia, em junho de 2018 — Foto: Maxim Shemetov/Reuters/Arquivo


Após o início da invasão russa na Ucrânia, uma série de medidas foi imposta contra o país governado por Vladimir Putin, o que resultou no fim de contratos de diversas operadoras aéreas.

Por conta das sanções, empresas especializadas no aluguel de aeronaves encerraram os negócios com empresários russos, mas não conseguiram reaver o equipamento.

A prática adotada pela Rússia, no entanto, vai contra a legislação internacional uma vez que é ilegal registrar uma aeronave em um país sem que seu dono anterior tenha permitido.

“É um dilema para as operadoras aéreas russas”, disse em nota o analista Suleiman Atif, da IBA. “Eles deixam seus aviões parados, ou registram para voos domésticos e arriscam as relações com fornecedores internacionais a longo prazo?”

O avião Airbus A330 da Aeroflot taxia no aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, na Rússia, em foto de arquivo de junho de 2013 — Foto: Sergei Ivanov/AP/Arquivo

Quais empresas foram afetadas?

O levantamento da IBA indicou que a maior parte das aeronaves estrangeiras registradas em território russo pertencem à companhia irlandesa AerCap, que “perdeu” 49 aeronaves.

A empresa é proprietária de cerca de 1,6 mil aeronaves – uma das maiores frotas do mercado – e afirmou a investidores que as perdas russas representavam apenas 5% dos custos da frota.

A companhia disse ainda que teria recuperado, antes do início dos registros em território russo, ao menos 22 jatos e 3 motores, que escaparam.

Fonte: g1

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