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Coroação do Rei Charles III

As portas da Abadia de Westminster, em Londres, onde será a cerimônia de coroação do rei Charles III, foram abertas por volta das 3h30, deste sábado (06/05).

Criada no século XVI após o rompimento do rei Henrique VIII e do clero britânico com o catolicismo, a Igreja Anglicana, religião oficial do Reino Unido, hoje está em mais de 185 países. Na coroação do Rei Charles III, o líder da Igreja Anglicana, Justin Welby, vai desempenhar um papel central durante a cerimônia.

Palco de 39 coroações, Abadia de Westminster é lugar-chave para a monarquia britânica há mais de 750 anos.

A sua ligação à família real data dos anos 1040 quando o rei Edward, o Confessor, instalou o palácio real nas margens do rio Tamisa, bem perto de um pequeno mosteiro beneditino que o monarca decidiu ampliar em honra do apóstolo São Pedro.

A igreja ficaria conhecida como “west minster”, ou catedral do leste, para ser distinguida da Catedral de S. Paulo (a “east minster”) na cidade de Londres.

Mas, no dia em que a igreja foi consagrada, a 28 de dezembro de 1065, o rei adoeceu e não compareceu à cerimónia. Poucos dias depois, morreria. Em meados do século XIII, o rei Henry III decidiu reconstruir a igreja com um estilo gótico.

De acordo com o site oficial, por ordem do rei de Inglaterra, a Abadia de Westminster foi então concebida para ser “não só um grande mosteiro e local de culto, mas também um local para a coroação e o enterro dos monarcas”, tendo a nova igreja sido consagrada a 13 de outubro de 1269.

Desde 1066 que todas as coroações de monarcas britânicos tiveram lugar neste templo do centro de Londres, tendo sido a primeira a de William I, o Conquistador, que foi coroado no dia de Natal daquele ano.

Com exceção de Edward V (que foi destituído antes de ser coroado) e Edward VIII (que abdicou do trono), depois de William I, todos os soberanos foram coroados na Abadia de Westminster seguindo o ritual da unção com os óleos sagrados.

Rei Charles III: quem é o monarca mais velho a ascender ao trono

Aos 74 anos, Charles assume a função em um momento delicado, com a economia britânica à beira de uma recessão e a família envolvida em uma série de polêmicas.

Mais de 2.200 pessoas vão participar da celebração. De acordo com o Palácio de Buckingham, a lista de convidados inclui representantes de 203 localidades pelo mundo, bem como agentes comunitários e de caridade.

A solenidade também incluirá vencedores do Prêmio Nobel, representantes religiosos e chefes de Estado e ministros das Relações Exteriores.

Rei Carlos III e a rainha Camilla na janela de um prédio com vista para a Abadia de Westminster, no centro de Londres

Rei Carlos III e a rainha Camilla na janela de um prédio com vista para a Abadia de Westminster, no centro de Londres (Foto: Odd ANDERSEN / AFP).

Camilla deixa de ser ‘rainha consorte’ para ser chamada de ‘rainha’ na coroação

Funções da monarca, no entanto, permanecerão as mesmas. Ela e o marido, rei Charles III, serão coroados no sábado (6), na Abadia de Westminster, em Londres.

Camilla Parker Bowles também será coroada no sábado (6), na Abadia de Westminster, em Londres, na cerimônia de coroação do marido, rei Charles III. Com isso, a monarca deixará de ser chamada de “rainha consorte” e passará a ser nomeada apenas como “rainha”.

Casada com o monarca desde 2005, a antiga duquesa da Cornualha recebeu o título de rainha consorte após a morte de Elizabeth II, no ano passado.

O título de rainha consorte é dado à esposa do rei vigente. O conceito é diferente do título de rainha – caso de Elizabeth II –, destinado a quem já nasce na família real e está na linha de sucessão.

Uma rainha consorte tem, em tese, a mesma posição social e o status do cônjuge. Historicamente, no entanto, não possui os mesmos poderes políticos.

Desde abril, no entanto, a britânica passou a ser chamada oficialmente apenas como “rainha Camilla”, sem o “consorte”. Contudo, a mudança é apenas uma questão de nomenclatura e não interfere nas funções ou no título oficial da esposa de Charles.

Atiradores de elite vigiam o telhado do Palácio de Buckingham antes da cerimônia de coroação do rei Charles

Atiradores de elite vigiam o telhado do Palácio de Buckingham antes da cerimônia de coroação do rei Charles (Foto: Frank Augstein / AP Photo)

A conta da coroação: R$ 624 milhões, e é o povo que paga

A coroação do rei Charles III, neste sábado (6), em Londres, formaliza o compromisso do novo monarca diante do público. E a celebração, digna de um rei, tem um preço à altura: as festividades devem custar cerca de 100 milhões de libras (aproximadamente R$ 624 milhões) aos contribuintes britânicos, segundo a revista norte-americana Time.

Quiche da Coroação

A 'Quiche da Coroação'

A ‘Quiche da Coroação’ (Foto: The Royal Family)

A coroação do rei Charles III, no Reino Unido, possui uma série de símbolos. Entre eles está a “Quiche da Coroação”. A escolha do prato levou em consideração preocupações ambientais de Charles. Por isso, a receita não leva carne, e o recheio tem ervas, espinafre e queijo.

Manifestante preso

Graham Smith, chefe do principal grupo antimonarquia do Reino Unido, foi preso durante protesto contra a coroação. Presidente da Republic, ele coletava bebidas e cartazes para os manifestantes no Centro de Londres, quando foi detido pela polícia.

Manifestantes protestam contra a monarquia (Foto: Peter Nicholls / Reuters)

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