Corpo da brasileira Juliana Marins é recuperado na Indonésia

Corpo de Juliana Marins foi içado por equipes de resgate – Foto: Reprodução/bbc
Equipes de resgate na Indonésia recuperaram nesta quarta-feira (25) o corpo da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta no monte Rinjani, um vulcão na Indonésia, segundo autoridade local.
Devido às condições meteorológicas, a recuperação do corpo por meio aéreo foi descartada, segundo Mohamad Syafii, chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas, na sigla em indonésio).
Para fazer o resgate, a equipe de socorristas trabalhou com um sistema de cordas e içamento.
Após a recuperação do corpo, a família da brasileira declarou em nota que irá buscar justiça, por considerar que a publicitária foi tratada com “negligência”.
“Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva”, postou a família na conta @resgatejulianamarins no Instagram.
“Juliana merecia muito mais! Agora nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece!”, completou a família.
Desde o acidente, muitas pessoas apontaram que teria ocorrido uma falta de preparo das equipes de resgate, porque o equipamento usado teria sido inadequado e que a resposta foi lenta.
Em seu perfil no Instagram, a agência postou na última atualização do caso que a “evacuação envolveu a colaboração de várias agências e voluntários, trabalhando em terrenos extremos com clima imprevisível”.
“Expressamos nosso mais profundo agradecimento pela dedicação de toda a equipe envolvida nesta missão humanitária”, disse a Basarnas.
“Espero que o próximo processo ocorra sem problemas e que a família enlutada encontre coragem.”
A agência também republicou no Instagram uma mensagem de um usuário com imagens da operação de resgate com a mensagem: “Esse é o terreno, com neblina, às vezes tempestuoso, mente e energia no máximo. Mas ainda há quem os critique por serem lentos”.
Especialistas em montanhismo da indonésia que conhecem bem o monte Rinjani, avaliam que de fato o equipamento que chegou ao local pode ter sido insuficiente, mas ponderaram que o resgate pode não ter demorado além do normal ou que o resgate tenha levado mais tempo em função do mau tempo e não por negligência.
A brasileira foi encontrada morta na terça-feira (24) por um socorrista a cerca de 600m de profundidade, de acordo com a Agência Nacional de Busca e Resgate do país.
Juliana havia se acidentado na sexta-feira (20/6). A brasileira participava de um passeio de três dias quando caiu em uma área de difícil acesso da montanha.
Desde então, várias tentativas de resgate foram realizadas, mas o terreno íngreme, a grande altitude e o mau tempo impediram o sucesso das operações, segundo as autoridades.

“Devido às condições climáticas desfavoráveis, nosso plano inicial de utilizar um helicóptero o mais rápido possível não pôde ser realizado”, explicou Syafiil.
“Nossa segunda opção, após conseguirmos trazer a vítima à superfície, era novamente acionar um helicóptero durante o trajeto — mas, mais uma vez, as condições climáticas não permitiram. Por isso, a evacuação teve que ser feita por maca, o que exigiu um tempo considerável.”
Segundo Syafii, o corpo de Juliana chegou a um posto da agência em Pelawangan Sembalun por volta das 15h50 pelo horário local. Depois, os restos mortais foram transportados a um hospital por via terrestre.
O chefe da Basarnas disse ainda à BBC, antes da família de Juliana vir a público denunciar que houve negligência no caso, que, durante o resgate do seu corpo, a equipe interagiu com a família, com o apoio da embaixada.
“Compartilhamos tudo o que foi feito — desde as ações realizadas até as etapas cumpridas — como parte da responsabilidade moral do governo com a vítima. A família demonstrou apreço pelo que fizemos e por toda a operação”, disse Syafii.
“Demos a eles a oportunidade de responder ou fazer perguntas e, felizmente, a família foi bastante compreensiva com a situação e as condições que enfrentamos, que, evidentemente, nem sempre são como as pessoas podem imaginar à distância, sem conhecer plenamente a realidade no terreno.”
fonte: bbc