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Corpo de Pelé é sepultado em Santos – SP

O corpo de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi sepultado, na tarde desta terça-feira (3), no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral de São Paulo. A cerimônia foi fechada para 120 familiares e convidados.

O velório do Rei ocorreu no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, com início na segunda-feira (2) às 10h, e foi encerrado nesta terça-feira (3), no mesmo horário.

Segundo a assessoria do Santos Futebol Clube, mais de 230 mil pessoas foram se despedir do Rei. O velório contou com a presença de amigos, torcedores, jogadores, ex-jogadores e autoridades, como prefeitos, presidentes de associações do futebol e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Além deles, o presidente Lula também compareceu ao velório, na manhã dessa terça-feira, acompanhado de Janja, a primeira-dama. A esposa de Pelé, Marcia Aoki, e os filhos do ídolo, Joshua Arantes, Edinho, Flavia e Kelly Nascimento, estiveram presentes ao longo dos dois dias de cerimônia.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta Marcia Aoki durante o segundo dia de velório do Rei do futebol na Vila Belmiro, em Santos, no litoral de SP, nesta terça-feira (3 — Foto: Nelson Almeida/AFP
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta Marcia Aoki durante o segundo dia de velório do Rei do futebol na Vila Belmiro, em Santos, no litoral de SP, nesta terça-feira (3 — Foto: Nelson Almeida/AFP

O velório para o público foi encerrado às 9h30. O caixão foi coberto com uma bandeira do Brasil e saiu da Vila Belmiro por volta das 10h25. O cortejo foi feito em um carro do Corpo de Bombeiros.

Primeiro, o cortejo seguiu pelo Canal 2, passou pela orla da praia de Santos e seguiu até o Canal 6, onde passou em frente à casa da mãe do Rei, Dona Celeste, de 100 anos, que não fez uma aparição pública por estar debilitada.

Cortejo passa em frente a praia, em Santos — Foto: g1
Cortejo passa em frente a praia, em Santos — Foto: g1

Por todo o caminho, milhares de moradores se posicionaram pelas ruas do cortejo para aplaudir o eterno Rei do Futebol. Em muitos momentos, por conta da aglomeração, o caminhão do Corpo de Bombeiros encontrou dificuldade para seguir e precisou parar por alguns momentos.

Após a passagem pela casa de Dona Celeste, o cortejo com o corpo de Pelé seguiu até o cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, que fica perto da Vila Belmiro, para a despedida final dos familiares e o sepultamento de Edson Arantes do Nascimento.

Multidão faz oração na janela do quarto de Dona Celeste, mãe de Pelé — Foto: Matheus Tagé / G1

Morte de Pelé

Pelé estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro, onde tratava de um tumor no cólon.

O quadro sofreu agravamento no dia 21 de dezembro, quando o boletim médico indicava “progressão oncológica”, com necessidades de cuidados para as funções renais e cardíacas.

Cortejo com o corpo de Pelé deixa a Vila Belmiro nesta terça-feira (3). — Foto: Marcelo Chello/AP
Cemitério vertical tem 17 mil túmulos — Foto: Memorial Necrópole Ecumênica/Divulgação

Após o velório no Estádio da Vila Belmiro, em que foram mais de 230 mil pessoas, o corpo de Pelé será sepultado no segundo andar do mausoléu do cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, que fica a 1 km de distância do estádio na cidade do litoral paulista.

A área para o lendário ex-jogador brasileiro na necrópole existe desde 2003 — Pelé já pensava onde seria seu descanso final e comprou um memorial para seu enterro. O fundador do cemitério, o argentino José Salomon Altstut, o Pepe Altstut, era amigo do rei do futebol e morreu em 2021.

Segundo o diretor do cemitério, Evans Edelstein, o memorial de Pelé é bem maior do que a média dos memoriais — foi construída praticamente toda uma ala voltada para o ex-jogador.

A família ainda vai definir quando a área ficará aberta para visitação do público, diz Edelstein.

Famílias podem deixar homenagens e flores nos túmulos — Foto: Memorial Necrópole Ecumênica/Divulgação

Câmara lacrada

Tanto nos lóculos quanto nos memoriais, os corpos ficam em uma câmara lacrada, onde ocorre a decomposição.

“Tem toda uma tecnologia por trás, mas é como se fosse em um cemitério normal. A câmara é lacrada, não tem cheiro, não tem bichinho”, explica Edelstein.

Os líquidos provenientes da decomposição são colhidos por tubos especiais e descartados adequadamente.

No Brasil, uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) já determina que, mesmo em cemitérios tradicionais, o líquido da decomposição seja tratado para que não contamine o solo.

Na prática, no entanto, nem sempre isso acontece, pois os cemitérios mais antigos não foram instalados com a tecnologia necessária.

Pelé escolheu ele próprio seu local de sepultamento — Foto: Memorial Necrópole Ecumênica/Divulgação
Pelé escolheu ele próprio seu local de sepultamento — Foto: Memorial Necrópole Ecumênica/Divulgação

Diamante com fio de cabelo

O prédio do cemitério vertical começou com dez andares e foi crescendo: hoje tem 17 mil lóculos.

O grupo de funerárias também oferece um serviço de transformar o cabelo do ente querido em um diamante — através de um processo químico que altera a estrutura da cadeia de carbono.

O processo é feito no exterior e todo filmado. Demora de três a quatro meses.

Pepe Altstut, o fundador do cemitério, explicou em uma entrevista de 2016 que a primeira experiência com a técnica foi realizada com o cabelo do próprio Pelé.

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