Corpo de Pelé é sepultado em Santos – SP
O corpo de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi sepultado, na tarde desta terça-feira (3), no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral de São Paulo. A cerimônia foi fechada para 120 familiares e convidados.
O velório do Rei ocorreu no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, com início na segunda-feira (2) às 10h, e foi encerrado nesta terça-feira (3), no mesmo horário.
Segundo a assessoria do Santos Futebol Clube, mais de 230 mil pessoas foram se despedir do Rei. O velório contou com a presença de amigos, torcedores, jogadores, ex-jogadores e autoridades, como prefeitos, presidentes de associações do futebol e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Além deles, o presidente Lula também compareceu ao velório, na manhã dessa terça-feira, acompanhado de Janja, a primeira-dama. A esposa de Pelé, Marcia Aoki, e os filhos do ídolo, Joshua Arantes, Edinho, Flavia e Kelly Nascimento, estiveram presentes ao longo dos dois dias de cerimônia.
O velório para o público foi encerrado às 9h30. O caixão foi coberto com uma bandeira do Brasil e saiu da Vila Belmiro por volta das 10h25. O cortejo foi feito em um carro do Corpo de Bombeiros.
Primeiro, o cortejo seguiu pelo Canal 2, passou pela orla da praia de Santos e seguiu até o Canal 6, onde passou em frente à casa da mãe do Rei, Dona Celeste, de 100 anos, que não fez uma aparição pública por estar debilitada.
Por todo o caminho, milhares de moradores se posicionaram pelas ruas do cortejo para aplaudir o eterno Rei do Futebol. Em muitos momentos, por conta da aglomeração, o caminhão do Corpo de Bombeiros encontrou dificuldade para seguir e precisou parar por alguns momentos.
Após a passagem pela casa de Dona Celeste, o cortejo com o corpo de Pelé seguiu até o cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, que fica perto da Vila Belmiro, para a despedida final dos familiares e o sepultamento de Edson Arantes do Nascimento.
Morte de Pelé
Pelé estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro, onde tratava de um tumor no cólon.
O quadro sofreu agravamento no dia 21 de dezembro, quando o boletim médico indicava “progressão oncológica”, com necessidades de cuidados para as funções renais e cardíacas.
Após o velório no Estádio da Vila Belmiro, em que foram mais de 230 mil pessoas, o corpo de Pelé será sepultado no segundo andar do mausoléu do cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, que fica a 1 km de distância do estádio na cidade do litoral paulista.
A área para o lendário ex-jogador brasileiro na necrópole existe desde 2003 — Pelé já pensava onde seria seu descanso final e comprou um memorial para seu enterro. O fundador do cemitério, o argentino José Salomon Altstut, o Pepe Altstut, era amigo do rei do futebol e morreu em 2021.
Segundo o diretor do cemitério, Evans Edelstein, o memorial de Pelé é bem maior do que a média dos memoriais — foi construída praticamente toda uma ala voltada para o ex-jogador.
A família ainda vai definir quando a área ficará aberta para visitação do público, diz Edelstein.
Câmara lacrada
Tanto nos lóculos quanto nos memoriais, os corpos ficam em uma câmara lacrada, onde ocorre a decomposição.
“Tem toda uma tecnologia por trás, mas é como se fosse em um cemitério normal. A câmara é lacrada, não tem cheiro, não tem bichinho”, explica Edelstein.
Os líquidos provenientes da decomposição são colhidos por tubos especiais e descartados adequadamente.
No Brasil, uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) já determina que, mesmo em cemitérios tradicionais, o líquido da decomposição seja tratado para que não contamine o solo.
Na prática, no entanto, nem sempre isso acontece, pois os cemitérios mais antigos não foram instalados com a tecnologia necessária.
Diamante com fio de cabelo
O prédio do cemitério vertical começou com dez andares e foi crescendo: hoje tem 17 mil lóculos.
O grupo de funerárias também oferece um serviço de transformar o cabelo do ente querido em um diamante — através de um processo químico que altera a estrutura da cadeia de carbono.
O processo é feito no exterior e todo filmado. Demora de três a quatro meses.
Pepe Altstut, o fundador do cemitério, explicou em uma entrevista de 2016 que a primeira experiência com a técnica foi realizada com o cabelo do próprio Pelé.