Cuba registra maior apagão em anos, com até 57% do país sem luz

Amanhecer em Cuba durante o apagão elétrico, que começou em 18/10 – Foto: Adalberto Roque / AFP
Um colapso do sistema nacional de energia elétrica deixou Cuba completamente às escuras nos últimos quatro dias. No último sábado, uma falha no processo de recuperação do Sistema Elétrico Nacional (SEN), após uma queda total devido a uma avaria numa central termoelétrica, provocou um dos maiores apagões na história do país.
Embora o governo tenha informado que a luz já voltou em quase 90% de Havana, várias partes do país permanecem sem energia elétrica. Os apagões estão causando protestos em todo o país, e foram um dos gatilhos para os protestos históricos que sacudiram Cuba em 11 de julho de 2021.
“A Empresa Elétrica informou que, hoje, às 6h15, ocorreu novamente o desligamento total do sistema elétrico nacional”, informou o portal de notícias Cubadebate, sem fornecer mais detalhes.
Na noite de sexta-feira, as autoridades anunciaram que haviam atingido um nível mínimo de geração de energia elétrica, com “microssistemas” acoplados para ativar termelétricas e centrais flutuantes em algumas regiões do país.
Cuba atravessa sua pior crise em três décadas, com falta de alimentos, remédios e apagões crônicos que limitam o desenvolvimento das atividades produtivas, além de uma inflação galopante nos últimos anos.
Os apagões foram um dos fatores desencadeadores das históricas manifestações de 11 de julho.
Segundo a imprensa independente local, dezenas de pessoas se manifestaram no início da semana nas províncias de Sancti Spíritus (centro) e Holguín (nordeste) devido aos apagões prolongados.
Em 2023, a ilha se recuperou dos cortes de eletricidade diários que sofreu durante quase todo o ano de 2022. Em outubro daquele ano, houve outro apagão generalizado, após a passagem do furacão Ian.