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Depoimento do ex-comandante do Exército à PF sobre suposto golpe de estado dura mais de 7 horas

General Marco Antônio Freire Gomes – Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército no final do governo de Jair Bolsonaro. O general foi ouvido sobre a tentativa de um suposto golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seus aliados e militares

A Polícia Federal classificou o interrogatório como ‘muito bom’ para o andamento das investigações. O depoimento dele é considerado peça chave para explicar o papel do ex-presidente nas discussões sobre a suposta tentativa de golpe de estado.

O oficial não foi alvo da última operação da corporação sobre o tema e falou aos investigadores na condição de testemunha. Ele começou a ser ouvido às 15h e permanecia na sede da Polícia Federal (PF) por volta de 22h30, mas já terminou de depor.

Antes de chegar à PF, a expectativa de integrantes das Forças Armadas era de que Freire Gomes esclarecesse alguns pontos do inquérito, como sua participação na reunião realizada no palácio da Alvorada sobre a minuta golpista, eventual omissão de sua parte no controle de seus subordinados e sua atuação dentro do Exército para conter os ímpetos antidemocráticos e o acampamento montado em frente ao quartel-general.

Diálogos obtidos durante a investigação mostram que o general recebeu informações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre os planos de golpe ao longo de 31 dias. Freire Gomes foi comandante do Exército de março a dezembro de 2022.

Na representação que embasou a operação Tempus Veritatis, deflagrada no dia 8 de fevereiro com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF cita cinco áudios encaminhados por Cid a um contato que, pela “análise dos dados e a contextualização” a partir das demais evidências colhidas pelos policiais, “indicam que as mensagens tinham como destinatário o então comandante do Exército, general Freire Gomes”.

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