Dia do Professor: mãe, filhas e neta relatam paixão pela profissão
Em algumas famílias, o amor pela sala de aula passa de mãe para filha. Pesquisa mostra que 60% dos educadores brasileiros não pensam em mudar de profissão.
No Dia do Professor, que é comemorado neste 15 de outubro, trabalhadores aproveitam para ressaltar a paixão pela profissão. Esse é o caso de Dona Juraci, as filhas Evania e Elania e a neta Camila, que moram em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital: três gerações da família que se dedicaram e ainda se dedicam ao ensino e à educação.
Aos 81 anos, Juraci de Oliveira Santos explica que foi professora durante 26 anos. Segundo ela, mesmo antes de começar a dar aulas, a escola sempre esteve presente em sua vida. Inicialmente, com as merendas dos alunos, uma vez que era uma das responsáveis por prepará-las. No entanto, o sonho de Juraci sempre foi claro para ela: estar dentro de uma sala de aula e ensinar.
Para isso, ela contou que estudou, se formou e logo de cara começou a lecionar. Ainda que tenha dado aulas por quase três décadas, Juraci ressaltou que não se esquece dos primeiros alunos que teve, um grupo de estudantes da faixa de 7 anos, e de seu primeiro dia como professora.
“Lembro! Eu fui convidada para dar aula em uma escola particular e fui com toda coragem!”, contou.
Para Juraci, o que mais a encantava em estar dentro de uma sala de aula era “transmitir aquilo que ela já sabia aos alunos que estavam começando”.
“Era poder saber que eu era responsável por aquelas crianças de sete anos ler e escreverem”, detalhou.
Se somado o tempo de sala de aula da dona Juraci com o de suas filhas e neta, que seguiram seu exemplo, se tem quase um século de dedicação à sala de aula.
Para Juraci, o que mais a encantava em estar dentro de uma sala de aula era “transmitir aquilo que ela já sabia aos alunos que estavam começando”.
“A gente sempre observava na mamãe o amor, carinho e a dedicação dela com os alunos. Isso foi um ponto de referência para essa escolha profissional”, disse Evania.
Depois de se inspirar em sua mãe, Evania se tornou professora de apoio de alunos especiais na rede estadual de ensino em Goiás.
“Eu me acho uma professora maravilhosa! Trabalho com alunos especiais. Três alunos. Uma menina de 18 anos e dois de 16 anos. Um autista e dois com deficiência intelectual”, contou.
Camila, a neta de dona Juraci, não quis ficar de fora e também contou sobre seu amor pela educação.
“Meu maior desejo é que a gente possa construir um mundo maior, mais fraterno e mais solidário para todos”, disse.
E para isso, ela não deixa de ressaltar a importância do estudo e da formação constante, para que seja oferecido o melhor aos alunos.
Amor pela educação
Uma pesquisa realizada com 1505 professores em 2022 pela OPEE Educação mostra que, mesmo com as dificuldades, como as impostas pela pandemia, por exemplo, 60% deles não pensam em mudar de profissão. Assim como Juraci, Evania, Elania e Camila, esse também é o caso da professora do ensino infantil Márcia Clause.
“Eu escolhi ser professora porque eu acredito muito na educação, acho que é a base de tudo, não tem como fugir disso”, contou.
E o encanto pelas crianças não poderia ficar de fora dessa motivação.
“É maravilhoso. A educação ultrapassa os muros da escola, então acompanhá-los no crescimento, os avanços, as conquistas, é muito maravilhoso”, descreveu.
A pesquisa ainda mostrou que, assim como Márcia, 46% dos professores entrevistados se sentem motivados pelo impacto que geram no mundo. Além disso 74% dos que responderam a pesquisa são educadores há pelo menos 10 anos e 88% são mulheres.
Apesar do amor pela profissão, as dificuldades não ficam de fora. E para os entrevistados pela pesquisa, elas são a sobrecarga de tarefas, estudantes com atraso no aprendizado e até a desmotivação dos alunos.
Fonte: g1 goiás