Economia

Dólar tem maior queda diária desde 2018 e fecha a R$ 5,17

O dólar fechou em forte queda nesta segunda-feira (3), após o priemiro turno das eleições brasileiras.

A moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 4,07%, a R$ 5,1746. É a maior queda diária desde 8 de junho de 2018, quando o dólar encerrou em baixa de 5,5%.

Com o resultado, passou a acumular queda de 7,18% no ano frente ao real. Apesar disso, segue longe da menor cotação do ano: em abril, chegou a R$ 4,6076.

O que está mexendo com os mercados?

Por aqui, os mercados repercutiram os resultados das eleições do primeiro turno. O resultado mais apertado do que as pesquisas apontavam na disputa presidencial e as composições do Congresso, mais alinhadas à direita, foram vistos como positivos por agentes do mercado, destaca o Valor Online.

“Mais importante que a análise da disputa presidencial foi a montagem da Câmara e do Senado, em grande parte, formada por aliados do atual presidente”, comenta, ao Valor Online, Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, destacando que as novas formações possuem um alinhamento mais liberal.

“Uma agenda liberal é uma agenda mais pró-mercado. Mesmo se o Lula ganhar, ele vai ter mais dificuldade para aprovar qualquer medida que envolva gasto público ou algum tipo de estatização por causa dessa montagem de cadeiras do Congresso e do Senado”, diz.

Velloni acrescenta que, com a nova composição do legislativo, uma eventual reeleição de Bolsonaro também é bem vista pelo mercado. “Se o atual presidente passar também gera a expectativa de que ele consiga também evoluir com essa agenda mais liberal que o mercado financeiro vê com bons olhos”, diz.

A Capital Economics compartilha visão semelhante. “Parece que o Congresso pode agir como um obstáculo importante para algumas políticas de Lula, por exemplo, ao limitar as possibilidades de aumento dos gastos públicos”. Mesmo assim, a consultoria não acredita que isso evitaria a relação entre dívida e PIB de subir nos próximos anos.

“Independente de quem vencer a disputa presidencial, a principal preocupação dos investidores para o próximo governo segue sendo a agenda fiscal e a trajetória dos gastos públicos… Os dois principais candidatos fizeram campanha por mais gastos e o presidente eleito terá esse desafio à frente, de como equilibrar as contas públicas e a trajetória futura da dívida”, disse à Reuters Pedro Patrão, economista e sócio da HCI Invest.

Além disso, os economistas do mercado financeiro reduziram de 5,88% para 5,74% a estimativa de inflação para este ano. Os economistas também projetam uma alta maior do PIB e estabilidade da taxa de juros até o fim de 2022. Já a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20. Para 2023, continuou inalterada também em R$ 5,20.

No cenário externo, o aumento forte dos preços do petróleo no mercado internacional também contribui para o desempenho positivo da taxa de câmbio.

 

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