Polícia

Donos de creche acusada de maus-tratos são presos em São Paulo

Suspeitos tiveram a prisão temporária decretada na manhã desta segunda-feira; cerca de 14 pessoas já prestaram depoimento.

Os donos da Escola de Educação Pequiá, no Cambuci, na região central de São Paulo, se entregaram, no fim da tarde desta terça-feira (27), à polícia. Andrea Carvalho Alves Moreira e Eduardo Mori Kawano são acusados de maus-tratos, após denúncias de pais de alunos.

O casal teve a prisão temporária decretada na manhã desta segunda-feira (26). A advogada de defesa Sandra Pinheiro de Freitas afirmou que eles negam o crime. Ela também pretende solicitar a revogação das prisões.

De acordo com o delegado Fábio Daré, do 6° Distrito Policial do Cambuci, responsável pela investigação, Andrea e Eduardo se entregaram devido à pressão da polícia, da imprensa e das ameaças de morte. O casal chegou em silêncio à delegacia.

“Eles estavam assustados com a repercussão na imprensa. Desde o início da semana estão sofrendo ameaças contra a vida deles e a de familiares. Uma das negociações foi justamente esta: não expor mais a família. Se eles cometeram esse crime, eles vão responder na Justiça”, afirma o delegado.

Aluno ficou amarrado pelas mangas da blusa em poste – Reprodução Tv record

Pelo menos 14 pessoas já prestaram depoimento, incluindo professoras da instituição. Os suspeitos devem ser interrogados nos próximos dias. “Será difícil explicar [as denúncias] diante do que foi filmado e das testemunhas”, afirma Daré.

Nesta terça-feira, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão na creche, onde foram recolhidos documentos e um DVR (gravador de vídeo digital, em português). A investigação vai apurar se existem imagens dos maus-tratos ou se os vídeos foram apagados. 

O delegado ainda explicou que tem um prazo de 30 dias para finalizar o inquérito policial e enviá-lo ao Ministério Público de São Paulo. Nos próximos dias, ele também deve solicitar a decretação da prisão preventiva do casal.

O caso

Um vídeo que mostra uma funcionária obrigando uma aluna de 1 ano e meio a permanecer no lugar em que estava, de joelhos, para que ela guardasse os brinquedos que estavam fora da caixa.

Outra imagem ainda mostra um aluno de 8 anos amarrado a um poste pelos braços com as mangas do moletom.

A Escola de Educação Pequiá atende alunos desde o ensino infantil até o 5º ano do ensino fundamental I. Segundo o repórter Henrique Oliveira, outros pais querem denunciar a escola por notar uma mudança de comportamento nos filhos.

Após a divulgação do caso, a fachada da escola foi pichada com a seguinte frase: “Professor é para educar e não torturar”.

Fonte: R7

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