Edmundo González deixa a Venezuela, diz vice-presidente
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Num comunicado nas redes sociais, o governo de Nicolás Maduro anunciou na noite desse sábado (7) que o candidato da oposição para a presidência, Edmundo Gonzalez, deixou a Venezuela e pediu asilo na Espanha. Ele era alvo de uma ordem de prisão por parte do regime. O governo da Espanha também confirmou a saída do opositor.
A negociação para a fuga do opositor começou há dias, com o envolvimento e mediação sigilosa de José Luiz Zapatero, ex-presidente do governo da Espanha. Enquanto o processo era discutido, um avião oficial do governo espanhol o aguardava na República Dominicana. Neste sábado, diante do acordo com Caracas, o avião pousou na capital venezuelana para retirar o candidato do país.
“Hoje, em 7 de setembro, o cidadão da oposição Edmundo González Urrutia, que foi refugiado voluntário na embaixada da Espanha em Caracas por vários dias, solicitou asilo político ao governo espanhol”, escreveu a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez.
A informação foi divulgada em uma publicação no Instagram. Segundo, a vice de Maduro, González deixou a embaixada da Espanha, onde ele estava buscando asilo e deixou a Venezuela.
Edmundo González foi o candidato da oposição na eleição presidencial. O grupo garante que ele venceu o pleito com ampla vantagem com base nas atas impressas pelas urnas eletrônicas. No entanto, as autoridades eleitorais anunciaram Nicolás Maduro como presidente reeleito.
A oposição publicou cerca de 80% das atas eleitorais em um site, o que comprovaria a vitória de González. A ONU apontou que os documentos são verdadeiros. Por outro lado, o Ministério Público disse que as atas são falsas e pediu a prisão de González.
Temendo ser preso pelo regime Maduro, González estava escondido há mais de um mês e era considerado foragido. Em uma carta enviada ao Ministério Público ele afirmou que não ia se apresentar, pois considera que o processo contra ele não tem fundamento legal.
Edmundo González é investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa.