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Eleição na Rússia dará o quinto mandato a Vladimir Putin, como presidente

Em eleição de cartas marcadas, os russos começaram a votar na eleição para presidente, que em 2024 vai durar três dias. À frente de um país em guerra e isolado do Ocidente, Vladimir Putin, com certeza deve conquistar um quinto mandato.

Para dar alguma aparência de legitimidade, três candidatos foram autorizados a lançaram seus nomes para disputar contra Putin, todos com ligações com o Kremlin.

Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista, já disputou a eleição de 2004 e teve apenas 13% dos votos. Já o nacionalista Leonid Slutsky, Partido Liberal Democrático, pediu recentemente a execução de prisioneiros de guerra ucranianos. E Vladislav Davankov, Partido Novo Povo, é um político mais conhecido por atacar os direitos de pessoas LGBT, especialmente as transgênero.

Não é esperada uma surpresa. Com seus principais opositores mortos, exilados ou presos, Vladimir Putin votou nesta sexta-feira (15) na eleição que deve garantir a ele, com tranquilidade, mais seis anos no poder. Já são 24.

A votação pela internet é uma novidade dessa eleição russa. A desconfiança sobre manipulação e fraude eleitoral, antiga. Mais uma vez não há a participação de observadores internacionais independentes, como é de praxe em grandes democracias.

Na cédula de 2024, Putin e mais três candidatos – todos de partidos aliados do governo. Dois nomes que eram contra a guerra na Ucrânia e podiam fazer oposição de fato foram desqualificados. Um eleitor é Putin na cabeça. Diz que preza por estabilidade.

Moradores de regiões ucranianas ocupadas pelas forças de Putin, anexadas ilegalmente, também estão indo às urnas. O governo da Ucrânia acusa os russos de coagir as pessoas.

A votação termina no domingo (17). A primeira eleição presidencial na Rússia desde que o país invadiu a Ucrânia teve incidentes em pelo menos cinco lugares ao longo dessa sexta-feira (15).

Em São Petersburgo, uma mulher jogou um coquetel molotov em uma seção eleitoral. Em Moscou, outra mulher colocou fogo em uma cabine de votação. Em um outro local, uma mulher derramou em uma urna uma tinta verde. Há alguns anos, um líquido da mesma cor, vendido em farmácias como antisséptico, foi usado em ações contra opositores de Putin, incluindo Alexei Navalny, morto em fevereiro em uma prisão no Ártico.

O presidente russo chamou esses atos de “ações criminosas”. Putin também falou que impediu uma incursão de forças ucranianas no oeste do país. O lado russo da fronteira voltou a ser alvo de ataques na manhã do primeiro dia de votação. Do outro lado, um bombardeio da Rússia à cidade ucraniana de Odessa matou pelo menos 20 pessoas.

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