Política

Bolsonaro pede anistia para condenados do 8/1 e chama Alexandre de Moraes de ditador, em ato na Paulista

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de SP, Tarcísio de Freitas, em ato na Avenida Paulista neste sábado (7) – Foto: Reprodução/TV Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste sábado (7), de um ato contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Avenida Paulista, em São Paulo.

Também estavam presentes o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o pastor Silas Malafaia e parlamentares.

Os manifestantes vestiam, em sua maioria, camisas amarelas da seleção brasileira e criticavam o bloqueio da rede social X e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autor da decisão – posteriormente referendada por outros ministros da Corte. Um deles usava uma camiseta em que pedia intervenção militar, o que é inconstitucional.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a defender a anistia para os condenados pelos ataques de 8/1, disse crer na reversão, pelo Congresso, da sua inelegibilidade, e chamou de ditador o ministro Moraes, relator de inquéritos nos quais o ex-presidente é investigado.

“Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o ex-presidente.

Antes de Bolsonaro falar, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, havia pedido o impeachment de Moraes – cabe ao Senado decidir sobre o impedimento de magistrados ao STF.

O pastor Silas Malafaia pediu a prisão do ministro. “Alexandre de Moraes tem que sofrer impeachment e ir para a cadeia”, disse.

Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio disse em seu discurso sentir saudade do governo do ex-presidente e também defendeu anistia para os presos pelos atentados do 8 de janeiro.

“Anistia é um remédio político. O Congresso pode nos dar esse remédio político. Nós merecemos isso”, disse e finalizou puxando um coro de “volta, Bolsonaro” – o ex-presidente está inelegível até 2030.

Parte da Avenida Paulista ocupada por manifestantes em ato contra Alexandre de Moraes neste sábado (7). — Foto: Bruna Vieira/TV Globo

Parte da Avenida Paulista ocupada por manifestantes em ato contra Alexandre de Moraes neste sábado (7). — Foto: Bruna Vieira/TV Globo

Pablo Marçal e Marina Helena vão ao ato de Bolsonaro na Paulista

Outros dois candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro estiveram no ato de Bolsonaro na Paulista: Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo). Nenhum deles discursou.

Marçal chegou à avenida após o discurso de Bolsonaro. Aplaudido por manifestantes, ele circulou pela área próxima ao carro de som em que estava o ex-presidente, mas não chegou a subir. O prefeito Nunes não estava mais no veículo quando o adversário apareceu.

Marçal e Nunes estão empatados tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) na disputa, segundo a última pesquisa Datafolha.

Ato lotou 2 quarteirões da Avenida Paulista

O ato começou às 14h25, com o Hino Nacional, mas desde cedo já havia pessoas se concentrando numa esquina em frente ao prédio do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, e acabou cerca de 16h30. Por volta das 15h30, os manifestantes ocupavam dois quarteirões da Avenida Paulista. Havia, também, manifestantes espalhados em outras partes da via, com concentrações menores em mais dois pontos.

No ápice, às 16h05, havia 45,4 mil pessoas, segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

O protesto foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e autorizado pela Polícia Militar (PM), que faz a segurança no local. Os manifestantes se dispersaram após o discurso do ex-presidente.

Além de Eduardo Bolsonaro, participaram do ato parlamentares como os deputados federais Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO), Ricardo Salles (Novo-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), o senador Magno Malta (PL-ES).

fonte: g1

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