Equipe de Lula quer mulher para Ministério da Justiça em caso de indicação de Flávio Dino ao STF
Ele é favorito para a vaga aberta com a aposentadoria de Rosa Weber; presidente Lula diz não ter pressa para escolher nome.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, é o favorito para assumir a vaga aberta com a aposentadoria de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Para o comando da pasta hoje ocupada por ele, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já busca uma mulher. Os principais cotados para a vaga são, além de Dino, Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), e Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). Na última quinta-feira (28), os três compareceram à posse de Luis Roberto Barroso como presidente da Corte.
O nome de Dino, que é do PSB, sofre resistência por parte do PT, que vê em Messias uma indicação mais alinhada com os valores do partido. No entanto, apesar da pressão petista, Lula vê o ministro da Justiça e Segurança Pública como o favorito para a vaga. Dino alega que não ha campanha para o posto, que necessariamente, precisa passar por sabatina no Senado, o que envolve articulação política. Não há, nesse caso, tempo para a análise pelos senadores, que eventualmente, pode levar meses.
Se a indicação de Dino ao STF for confirmada, a pasta iria ficar com a vaga de chefia aberta. A equipe de Lula busca uma mulher para o posto. O presidente da República quer uma pessoa com quem tenha relação e que seja de sua confiança. A procura por uma eventual nova ministra ocorre após o petista receber diversas críticas pela pequena participação de mulheres no governo.
Até o momento, das três exonerações no governo, duas foram de mulheres: Daniela Carneio (Turismo) e Ana Moser (Esporte). A outra baixa foi de Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional). A atual formação da Esplanada, portanto, é de 29 homens e nove mulheres, cerca de 24% do total.
Há uma pressão sob Lula para observar os critérios de gênero e raça no Poder Judiciário e, então, diversos setores pleiteiam a indicação de uma mulher negra para o STF. Recentemente, o favorito para a vaga afirmou que a reivindicão é legítima “De fato, é algo que que nosso governo preza muito. Agora, existem vários critérios em relação ao Supremo, é um livre-arbítrio que cabe ao presidente”, disse Dino.