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Europeus prometem pagar US$ 100 bi para financiar ações climáticas

A declaração final da 3ª Cúpula da União Europeia e Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) divulgada nesta 3ª feira (18.jul.2023) incluiu um parágrafo no qual os países desenvolvidos se comprometem a pagar US$ 100 bilhões por ano a nações em desenvolvimento para financiar ações climáticas. A inclusão do texto é tida pelo Itamaraty como uma vitória do governo brasileiro nas negociações com os europeus.

“Ressaltamos a importância de cumprir o compromisso dos países desenvolvidos em conjunto para mobilizar prontamente US$ 100 bilhões por ano para o financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento e dobrar o financiamento para adaptação até 2025”, disse o texto divulgado ao fim da Cúpula da UE com os países da Celac.

O valor é proveniente de um acordo estabelecido em 2009, durante o encontro da COP15 (Conferência das Nações Unidas para a biodiversidade) em que foi estabelecido o pagamento de US$ 100 bilhões por ano, a partir de 2020, para reduzir e adaptar as nações mais pobres frente aos efeitos das mudanças climáticas.

Em junho deste ano, durante a Cúpula do Novo Pacto de Financiamento, em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron disse que os países ricos estavam prontos para cumprir a promessa. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que participava do encontro com outros chefes de Estado, disse que cobraria dos países o acordo firmado na COP15. Hoje, diante da nova promessa dos europeus, o petista afirmou que “ainda tem muita coisa da boca para fora”.

“A primeira COP que participei foi em 2009 na Dinamarca […] Ali as pessoas prometeram que iam dar US$ 100 bilhões por ano para ajudar a cuidar do planeta. Até agora não deram e me parece que não querem dar. E eu disse na reunião. Se não quer dar o dinheiro, diga que não vai dar. Não fique alimentando ilusões de países pobres”, disse o presidente nesta 3ª feira (18/7).

Lula ainda afirmou que “um país como o Brasil não tem que ficar implorando por dinheiro”, mas que “se o mundo tiver interesse, pode nos ajudar”.

“Temos que fazer o que é nossa tarefa. O Brasil é um país grande. O Brasil precisa parar de se tratar como se fosse um país pequenininho, pobre. O Brasil é um país rico, tem orçamento grande, tem riqueza. O que acontece é que uma minoria se apoderou dessa riqueza”, disse.

A Cúpula da UE com os países da Celac chegou ao fim nesta 3ª (18.jul), em Bruxelas, na Bélgica. O encontro reuniu 33 países latinos e 25 países europeus.

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