Ex-senador Telmário Mota, de Roraima, é preso pela PM em Goiás
O ex-senador Telmário Mota, que exerceu o cargo pelo Pros de Roraima entre 2015 e 2023, foi preso no fim da noite dessa segunda-feira (30) pela Polícia Militar de Goiás. Ele estava sendo procurado pela Polícia Civil de Roraima (PCRR) por envolvimento na morte da mãe da própria filha. Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça em 29 de setembro.
A PCRR realizou nessa segunda uma operação para cumprir três mandados de prisão, um deles contra o ex-parlamentar. Além de Mota, estão no radar da polícia o suposto executor do crime e um sobrinho do ex-senador, “apontado como sendo a pessoa que atuou na logística e planejamento do crime”, como detalhou a corporação. Outros sete mandados de busca e apreensão também foram expedidos.
Antônia foi morta ao sair de casa para trabalhar, por volta das 6h30, no bairro Senador Hélio Campos, em Boa Vista, capital de Roraima. “A mulher saiu de sua casa quando foi abordada por um homem que perguntou o seu nome e, ao confirmar, ela foi atingida com um único tiro na cabeça. Desde o registro do crime, a Polícia Civil realiza diligências para esclarecer sua dinâmica, autoria e mandante”, disse a PCRR.
Antônia era uma das principais testemunhas sobre as investigações que envolviam uma acusação de estupro contra o ex-senador, segundo a Justiça. A denúncia foi feita pela filha dele, em 2022.
A mulher foi morta três dias antes de uma audiência sobre o caso, conforme a Justiça.
Em 19 de outubro, Mota chegou a gravar um vídeo em que comentava rumores da operação de que ele seria alvo. Ele nega qualquer envolvimento com a morte de Antônia e alega perseguição política.
“Se querem colocar no meu colo o crime da Antônia, uma senhora com que tive uma relação há mais de 18 anos, isso não vai acontecer. Eu não matei a Antônia, não mandei matar, não sei quem matou e não sei se alguém mandou matar. Cabe à polícia descobrir. A nossa Polícia Civil tem excelente quadro humano, porém está desaparelhada”, disse, acrescentando que não iria “aceitar essa tragédia” na vida dele.
Ex-senador Telmário Mota foi alvo de operação que apura morte de Antonia Araújo de Sousa, mãe de uma filha dele – Foto: Reprodução/Senado Federal e arquivo pessoal
A operação da Polícia Civil para prender Telmário Mota foi feita durante a manhã de segunda-feira. A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o ex-senador.
Apesar de não terem encontrado o político, os policiais cumpriram outras ordens de busca e apreensão e de prisão contra pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de Antônia.
Entre os alvos de mandados de prisão estava Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira”. Ele é sobrinho do senador e continua foragido.
Outro alvo da operação foi um dos executores do assassinato, identificado como Leandro Luz da Conceição. Ele foi localizado em Caracaraí, no interior de Roraima, e preso.
A assessora de Telmário, Cleidiane Gomes da Costa, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Antes mesmo da prisão do ex-senador ser confirmada, na noite desta segunda, a polícia já havia informado que suspeitava que ele estivesse em Brasília.
A audiência sobre a acusação de estupro da filha de Telmário estava marcada para 2 de outubro. Segundo a Justiça, Antônia Araújo era uma “testemunha chave neste processo”, sendo que a morte dela “certamente beneficiaria” o ex-senador.