Polícia

Exame laboratorial acha arsênio no sangue de três pessoas que comeram bolo no RS

A polícia do Rio Grande do Sul informou que exames de laboratório do hospital Nossa Senhora dos Navegantes encontrou a substância tóxica no sangue de Neuza Denise dos Santos. A vítima morreu. Também foi encontrado arsênio nos exames da mulher que preparou o bolo e o de uma criança de 10 anos. Os dois estão internados com quadro “estável”.

O caso ainda está sendo investigado, mas a principal suspeita é de que as mortes tenham acontecido por envenenamento. Além de Neuza, morreram Tatiana Denize Silva dos Santos e Maida Berenice Flores da Silva. Ambas tiveram parada cardiorrespiratória.

O arsênio pode originar compostos orgânicos (presentes em frutos do mar, por exemplo) e inorgânicos (compostos metálicos e ferrosos, que contaminam plantações e fontes de água).

Um composto inorgânico do elemento muito conhecido é o arsênico, ou trióxido de arsênio, que é um veneno muito utilizado em pesticidas. Sua venda é considerada restrita a laboratórios que produzem pesticidas. Sua ingestão pode levar a problemas cardiovasculares, de rins e fígados e, dependendo da quantidade, gera intoxicação crônica. O elemento é o principal usado para produzir arsênico, veneno perigoso utilizado, normalmente, para matar pragas.

O arsênio, em sua forma natural, não é um elemento essencial para o ser humano, ou seja, não precisamos dele para sobreviver.

E, enquanto os compostos orgânicos do arsênio são menos prejudiciais e podem ser rapidamente eliminados pelo corpo, os compostos inorgânicos são altamente tóxicos, especialmente em casos de exposição a níveis elevados.

A exposição a níveis elevados de arsênio inorgânico pode ocorrer:

  • através do consumo de água que contém níveis naturalmente altos de arsênio inorgânico;
  • por manejo e consumo de alimentos preparados com água com níveis altos do composto;
  • em plantações de alimentos irrigadas com fontes de água com alto teor de arsênio.

Relembre o caso

Quatro mulheres e uma criança de dez anos procuraram assistência médica depois de comer o bolo. Os pacientes deram entrada na noite de segunda (23) no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.

Duas delas morreram ainda na madrugada da terça (24), e uma terceira morreu na noite do mesmo dia. Elas tiveram parada cardiorrespiratória, de acordo com o hospital. A quarta adulta permanece na UTI e a criança está na sala vermelha, também dedicada a pacientes em estado crítico.

As vítimas foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, 43 anos, e Neuza Denize Silva dos Anjos, 65. Os nomes foram confirmados ao UOL pelo delegado da Polícia Civil de Torres. Maida e Neuza eram irmãs. Tatiana era sobrinha e filha das duas, respectivamente.

O marido de Maida também comeu o bolo e foi ao hospital, mas já teve alta. Eles estavam reunidos para um café da tarde quando começaram a se sentir mal.

A mulher que preparou o bolo também foi hospitalizada, mas buscas foram feitas em sua casa. Nela, investigadores encontraram vários produtos fora da data de validade.

O ex-marido da responsável pela preparação do bolo havia morrido em setembro. Após a nova situação familiar, a polícia vai pedir a exumação do corpo para investigar as causas da morte, de acordo com o delegado titular de Torres, Marcos Veloso.

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